Governo do Cuanza Norte dá mosquiteiros à população
Técnicos de saúde aconselham a população a evitar os focos de lixo e a auto-medicação
O Governo do Cuanza Norte e a empresa americana Serviços Internacional para a Saúde desenvolvem, desde o princípio do corrente mês, um projecto de distribuição gratuita de 293.504 mosquiteiros impregnados, aos cerca de 400 mil habitantes da província, com o propósito de baixar os índices da malária a nível da região.
A coordenadora do projecto, Mamede Joaquim, frisou que neste momento já estão recrutados 201 activistas, que trabalham no registo das residências, comunicação e informação junto da população, em matérias ligadas à importância da limpeza e saneamento do meio, para prevenir o contacto com o mosquito que transmite o paludismo.
Adiantou que numa primeira fase as acções decorrem nos municípios de Cazengo, Cambambe, Lucala, Golungo Alto e Ngonguembo, cujo término da execução total está programado para daqui a três meses.
Segundo Mamede Joaquim, o objectivo do projecto é entregar um mosquiteiro a dois ou três membros de uma família, em função do número de pessoas existentes em cada agregado. Frisou que as condições logísticas estão criadas e vão desde o pagamento da remuneração dos activistas, onde cada um ganha o equivalente a 2.000 kwanzas por dia, a par do transporte. Acrescentou que o recrutamento de pessoal é feito a nível local e que a formação está a cargo de 14 formadores, espalhados pelos dez municípios da província.
O supervisor provincial do Programa de Luta contra a Malária, Gonçalves Tandala, disse que durante o primeiro trimestre do ano em curso a província do Cuanza Norte registou um total de 46.275 casos positivos de malária, que resultaram em 120 óbitos, menos 27.072 em relação ao mesmo período de 2016.
De acordo com o responsável, dados actualizados da Organização das Nações Unidas para a Saúde dão conta de que a malária mata uma criança por minuto, em todo o mundo, tendo avançado que até o momento a doença é o maior problema de saúde pública a nível da província do Cuanza Norte. Aconselhou a população a adoptar a postura de aceitação do uso do mosquiteiro impregnado, evitando o tabu de que o mesmo provoca doenças ou propicia o calor. Gonçalves Tandala disse que o uso das referidas redes pode evitar o contágio de outras doenças, como a dengue, chikungunha, febre-amarela e a doença de sono.
No que toca a fármacos, Gonçalves Tandala informou que a província possui um stock considerável, capaz de suportar as necessidades da população até Agosto próximo, doados pelo Fundo Global, em parceria com o Programa Nacional de Luta contra a Malária. “Tivemos uma ruptura entre os meses de Novembro passado até Janeiro deste ano, mas, desde Fevereiro, recebemos um reforço de medicamentos, proveniente do Programa Nacional de Luta contra a Malária”, disse. O responsável informou que a província do Cuanza Norte possui um total de 142 unidades sanitárias, todas com condições para o tratamento de malária. Nas que possuem condições de energia eléctrica, os diagnósticos são feitos através de laboratórios e nas de menor dimensão, com testes rápidos.
Gonçalves Tandala recomendou a população para recorrer aos serviços de saúde, sempre que tenha um sintoma de febre, antes das primeiras 24 horas, por forma a evitar consequências graves à saúde ou até mesmo mortes por malária.
Para as mulheres, o especialista de luta contra a malária aconselhou a frequência das consultas pré-natais, durante os primeiros meses de gestação, onde, depois de uma consulta técnica, recebe medicamentos que possuem a função de prevenir as infecções placentárias. Os Serviços Internacionais para a Saúde trabalham em parceria com o Governo de Angola desde 2000 e estabelece parcerias no ramo da saúde a nível das províncias do Cuanza Norte, Cuanza Sul, Malanje, Zaire e Uíge.