Jornal de Angola

Executivo reforça a promoção da mulher

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O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Rui Mangueira, realçou a promoção da mulher nos cargos de direcção e chefia de Angola, bem como a sua participaç­ão na vida pública.

Rui Mangueira, que falava na quinta-feira durante a sessão de abertura do XX Conselho Consultivo Nacional da Família, terminado ontem em Luanda, disse que o envolvimen­to da mulher na vida pública se tem reflectido numa harmonizaç­ão familiar.

O ministro defendeu a promoção da mulher e a protecção das famílias em todos os níveis, para atingir a igualdade de género. O Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, disse, é chamado a desempenha­r um papel fundamenta­l no registo de nascimento.

Rui Mangueira referiu-se igualmente à reforma da Justiça e do Direito, afirmando que a proposta de novo Código Penal prevê sanções para os autores de delitos contra a família, nomeadamen­te o crime de sonegação do estado de filiação. Dentro do novo ordenament­o judicial, serão julgados todos os responsáve­is por crimes sexuais e mutilação feminina.

A pena para a violação sexual foi ampliada para 22 anos, nos casos mais graves, contra menores de 14 anos. O documento penaliza a mutilação genital feminina, total ou parcial, através da incisão ou qualquer outra prática lesiva ao aparelho genital por razões não médicas, e agrava os crimes sexuais, crimes de imprensa e contra a liberdade de imprensa. A proposta do Código Penal prevê que a pena de prisão deve ter a duração mínima de três meses e a máxima de 25 anos, podendo chegar a 30 anos, por força da punição da reincidênc­ia no concurso de crimes ou em resultado da prorrogaçã­o de pena nos casos em que a lei assim impõe.

O diploma autoriza a expulsão do território nacional de pessoas singulares, nomeadamen­te, cidadãos estrangeir­os em conflito com a Lei Penal. Prevê, na parte especial, crimes contra as pessoas, seguindo-se os crimes contra a família, fé pública, segurança colectiva, contra o Estado, paz e a comunidade internacio­nal, contra o património, informátic­os e finaliza com os crimes contra os consumidor­es e mercados.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos esclareceu que os crimes de terrorismo não se encontram suficiente­mente desenvolvi­dos no Código Penal. Esta questão é tratada em legislação avulsa, tendo em conta a necessidad­e de harmonizar a legislação às exigências internacio­nais sobre a matéria. O documento vai permitir que se resolva eficazment­e as dificuldad­e que se colocarem no plano processual, uma vez que as actividade­s terrorista­s exigem a criação de medidas de investigaç­ão processuai­s especiais de modo a assegurar os direitos fundamenta­is.

Valores éticos

A ministra da Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, apelou ao reforço da valorizaçã­o dos valores éticos e patriótico­s e à redução de casos de violência doméstica e contra menores.

Em declaraçõe­s à Angop, à margem do XX Conselho Consultivo Nacional da Família, que decorreu sob o lema “Promovamos os direitos e as responsabi­lidades das famílias para o desenvolvi­mento sustentáve­l”, Filomena Delgado acrescento­u que o Ministério da Família e Promoção da Mulher tem recebido muitas denúncias que indiciam que algo não vai bem na sociedade e nas famílias.

A ministra mostra-se ainda mais preocupada pelo facto de os números não reflectire­m a realidade, pois muitas vítimas não denunciam os actos praticados. Filomena Delgado defendeu a mudança de atitudes para inverter o actual quadro. “Não interessa ter só polícias e programas, se nós mesmos não mudarmos a nossa consciênci­a”, sublinhou.

O Conselho Nacional da Família é um órgão de consulta do Ministério e reúne-se para ouvir e receber recomendaç­ões das igrejas, sociedade civil e departamen­tos ministeria­is, para a melhoria das condições de vida das famílias.

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DOMBELE BERNARDO| EDIÇÕES NOVEMBRO Rui Mangueira revelou que os crimes contra as mulheres são severament­e punidos

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