Defendida mais ajuda para os somalis
O Secretário-Geral das Nações Unidas disse na quinta-feira que são necessários 900 milhões de dólares adicionais para prestar ajuda humanitária à Somália em 2017 e apontou a seca que assola este país na região do Corno de África como prioridade mais urgente.
António Guterres, que discursava na conferência de Londres sobre a Somália, explicou que um Plano de Resposta Humanitária foi revisto, que o novo valor deve ser usado até o fim do ano e que é preciso lidar com os danos causados pela mudança climática e pelo conflito na nação africana.
António Guterres lembrou aos participantes dos momentos em que forças da Missão da ONU e da União Africana na Somália (Amisom) não tinham meios como helicópteros, sistemas de visão nocturna e carros blindados e estavam vulneráveis às armas do grupo rebelde al-Shabaab.
O secretário-geral que pediu ajuda para realizar “uma nova visão da Somália”, disse que este é o tempo de olhar para um caminho previsível para financiar a operação de paz e declarou que vai analisar contribuições fixas para viabilizar pelo menos uma parte dos esforços da Amisom.
António Guterres lembrou que combates continuam a arrasar a Somália, país marcado por “violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário com impunidade”, destacou que o grupo rebelde Al-Shabaab recruta e explora crianças que também estão detidas arbitrariamente e revelou profunda preocupação com a violência sexual generalizada onde os mais vulneráveis são mulheres e meninas deslocadas e membros de clãs minoritários. Para António Guterres, estas precisam de protecção urgente.
O Secretário-Geral da ONU disse que o acordo histórico entre os líderes políticos somalis lançou bases para a arquitectura de segurança nacional da Somália e que se deve apoiar melhor o pacto de segurança e as instituições de segurança somalis.
Sobre o treinamento da polícia e do exército nacional, afirmou ser preciso superar a falta de coordenação e ter um único programa de formação de soldados e da polícia a ser feito pelas instituições somalis.
No evento, marcado pela apresentação do primeiro plano nacional de desenvolvimento da Somália em 35 anos, o líder das Nações Unidas disse esperar que se veja em breve um país capaz de recolher impostos, ter a sua própria polícia e forças de segurança, oferecer serviços básicos e garantir a segurança dos seus cidadãos através das suas próprias forças. Também pediu que todos ajudem a fazer desta visão uma realidade.