Jornal de Angola

Filme da Dread Locks mostra história do CFB

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O documentár­io “Nos trilhos culturais da Angola contemporâ­nea”, vencedor do I DOC-TV da CPLP em 2010, que narra momentos históricos do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), bem como aspectos culturais da respectiva região, é exibidoama­nhã, às 20h00, no Palácio de Ferro, no seguimento do ciclo de cinema angolano.

Em 50 minutos, a película, que levou 16 dias de rodagem e seis meses de produção, centra a sua acção no troço Lobito/Cubal (ambos no município de Benguela), num percurso de aproximada­mente 153 quilómetro­s. O conceito do “Nos trilhos culturais da Angola contemporâ­nea”, centraliza-se na exploração visual e sonora dos traços culturais e etnográfic­os da população adjacente ao percurso ferroviári­o transconti­nental, que parte do Porto Comercial de Lobito até ao Luau.

O filme produzido pela “Dread Locks”, do realizador Nguxi dos Santos, foi realizado por Dias Júnior. Nguxi realizou o documentár­io “Langidila -diário de um exílio em regresso” que lhe valeu o Prémio Nacional de Cultura e Artes edição 2015, na categoria de Cinema e Audiovisua­l. Da sua vasta obra, constam por exemplo: “Um homem enterrado vivo”, “Colecção resgate - do fumo”, “Exercícios do Keve”, “Langidila - diário de um exílio em regresso” e “Maringa”, só para citar estes. Nascido a 22 de Janeiro de 1960, no Nzeto, província do Zaire, Nguxi dos Santos foi repórter de guerra na TPA, na década de 80. Nguxi vem do cinema documental como sonorizado­r de documentár­ios exibidos nas salas de cinema, que divulgavam a política do Governo, logo nos primeiros anos após a proclamaçã­o da Independên­cia Nacional.

Considera-se repórter de guerra por ter trabalhado nas frentes de combate por um longo período da sua carreira. Entre 1979 e 1989, integrou a equipa de cineastas que filmou a Batalha da Cahama e a do Cuito Cuanavale, no Triângulo do Tumpo, entre as FAPLA e o exército sul-africano, na província do Cunene e no Cuando Cubango, sob a orientação do Departamen­to de Cinema da Direcção Política Nacional das FAPLA.

A III Trienal de Luanda teve início no dia 1 de Novembro de 2015 e vai até finais de Agosto do corrente ano, sob o lema “Da utopia à realidade”. Esta iniciativa cultural visa resgatar, preservar e divulgar as obras e criadores angolanos que trabalham para o desenvolvi­mento da nossa hegemonia cultural, nas mais variadas disciplina­s artísticas.

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