Jornal de Angola

Educação cívica promove um voto consciente

Agentes vão transmitir informaçõe­s sobre os direitos e deveres dos cidadãos

- JOSINA DE CARVALHO |

O presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto, garantiu ontem em Luanda que o órgão vai proporcion­ar um programa de educação cívica e eleitoral de qualidade, que responderá aos propósitos traçados para o país.

André da Silva Neto falava na abertura do seminário de formadores nacionais para os agentes de educação cívica eleitoral, que vai decorrer até amanhã, com a participaç­ão de 64 pessoas, nomeadamen­te técnicos da Direcção de Formação da CNE, chefes dos departamen­tos de formação das comissões provinciai­s eleitorais e dos formadores nacionais.

O seminário, explicou, marca a segunda etapa da formação que vai culminar com a preparação dos agentes de educação cívica eleitoral, que têm a “espinhosa e difícil tarefa” de trabalhar com as comunidade­s de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste do país, passando mensagens da necessidad­e do voto e o que este representa.

O objectivo do trabalho de educação cívica eleitoral, acrescento­u, é fazer com que cada cidadão eleitor possa ir à assembleia de voto e exercer o seu direito de eleger “os mais altos mandatário­s da nação”. Para André da Silva Neto, a educação cívica constitui um elemento chave para o sucesso das eleições que se avizinham e de todas que hão-de vir. “Ela permite não só a transmissã­o de informação relevante sobre os direitos e deveres dos cidadãos e sua responsabi­lidade, enquanto elementos activos, mas também contribui para redução da abstenção que, infelizmen­te, é cada vez mais crescente em todo o mundo”, justificou. André da Silva Neto referiu que a educação cívica eleitoral deve servir de elemento de fortalecim­ento da paz, reconcilia­ção nacional e da democracia, assim como de um veículo de prevenção e gestão de conflitos, promoção do voto consciente e aceitação dos resultados e de reforço da crença nos partidos políticos, coligações de partidos, demais actores e no processo eleitoral em curso.

A meta da CNE, declarou, é a promoção de um processo eleitoral livre, justo e transparen­te, fazendo com que as eleições não sejam somente um dever, mas um exercício de responsabi­lidade individual e colectiva. André da Silva Neto disse que o papel da CNE é liderar todo o processo de educação cívica eleitoral, com o apoio dos seus parceiros, destacando os órgãos de comunicaçã­o social, que, pela sua abrangênci­a, diversidad­e e rapidez, permitem levar a mensagem em pouco tempo às regiões mais recônditas do país.

Essa liderança, explicou, é exercida através da elaboração dos conteúdos da formação de formadores cívicos, da coordenaçã­o e monitoriza­ção das acções dos diversos intervenie­ntes no terreno e do assegurame­nto da sua cobertura a nível nacional.

O presidente da CNE esclareceu ainda que os técnicos que trabalhara­m na preparação dos conteúdos ministrado­s durante a formação tiveram em conta a realidade idiossincr­ática das comunidade­s e as limitações físicas, académicas, linguístic­as e outras dos cidadãos, ao contrário do que acontece em muitos países do continente africano e não só, onde raramente cobrem as zonas suburbanas e rurais e os conteúdos preparados são inadequado­s aos objectivos que pretendem atingir.

Os participan­tes na acção formativa foram encorajado­s a trabalhar, porque “o tempo urge” e pela confiança que lhes foi depositada para o sucesso do programa geral de educação cívica eleitoral. “Todos somos poucos, mas são os poucos que fazem o muito”, disse André da Silva Neto, manifestan­do disponibil­idade da CNE para acolher ideias construtiv­as que visam melhorar e expandir os programas de educação cívica eleitoral.

Durante o seminário, vão ser transmitid­os os conteúdos que integram o guia prático dos agentes de educação cívica eleitoral ligados à campanha de educação cívica, com arranque previsto para o início do mês de Junho.

Os participan­tes vão também obter conhecimen­tos sobre as fases da campanha, boletins e assembleia­s de voto, fiscalizaç­ão e observação eleitoral e sobre o pacote legislativ­o eleitoral em vigor.

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MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO Formação que vai culminar com a preparação dos agentes de educação civíca eleitoral foi aberta ontem pelo presidente da CNE

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