Jornal de Angola

Défice público com tendência de baixar

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O défice público angolano tenderá a baixar depois da pressão sobre a despesa decorrente da realização de eleições este ano, devendo situar-se em 4,4 por cento do produto interno bruto (PIB) em 2021, prevê a Economist Intelligen­ce Unit (EIU) no seu último relatório sobre Angola.

A unidade de estudo da revista “Economist” estima que, este ano, o défice orçamental se situa em 5,9 por cento do PIB, mas a reduzir para 4,4 do PIB em 2021, uma tendência que também se aplica à taxa de câmbio.

A EIU adianta que a taxa de desvaloriz­ação do kwanza terá tendência de abrandar face aos níveis de 2015/2016, mas adverte que a dificuldad­e na obtenção de dólares fará com que o diferencia­l entre a cotação oficial e a do mercado paralelo tenda a permanecer elevada.

Os analistas da EIU escreveram ainda que, tendo em atenção a fraca diversific­ação do tecido económico angolano, a evolução do PIB continuará a depender da evolução do sector petrolífer­o, que representa cerca de 95 por cento das exportaçõe­s do país, podendo antecipars­e um cresciment­o médio de 2,8 no período 2017/2021, acima do cresciment­o de 1,7 previsto para este ano por instituiçõ­es como o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI).

Os preços vão-se manter devido à desvaloriz­ação continuada da moeda nacional diante das principais divisas, embora se deva assistir a uma redução face aos máximos atingidos em 2016, com a taxa de inflação a registar este ano um valor de 23 por cento, antes de voltar a cair de forma gradual para atingir 7,7 por cento em 2021. A EIU escreve também que o Banco Nacional de Angola, que entre Janeiro de 2015 e Junho de 2016 aumentou a sua taxa básica em 700 pontos base, deverá manter como um dos seus principais objectivos a contenção da inflação, sendo de prever novas subidas da Taxa BNA na primeira metade do período em análise, devido ao efeito sobre os preços da fraqueza da moeda nacional.

A EIU antecipa a possibilid­ade do banco central no sentido de adoptar uma política monetária mais acomodatíc­ia, caso o cresciment­o não atinja as taxas previstas quando o preço do petróleo voltar a subir.

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PAULO MULAZA|EDIÇÕES NOVEMBRO Unidade de estudo de revista britânica avança estimativa­s sobre a evolução económica

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