Nova técnica para combater aedes egypti
Uma agência das Nações Unidas está a investir na técnica do insecto estéril para combater doenças causadas pelo aedes egypti.
De acordo com uma estratégia lançada em Fevereiro, a medida deve ajudar sistemas nacionais de saúde na América Latina a conter surtos especialmente do zika.
O especialista da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rui Cardoso Pereira, afirmou que a fórmula já deu certo com iniciativas contra a mosca do gado, da fruta e outros insectos. Explicou como o processo ocorre.
“Esses insectos são esterilizados com uma radiação e depois são largados no terreno, no campo. É como um controlo de natalidade de insectos. Esses acasalam, mas não reproduzem.
Os óvulos das fêmeas selvangens nunca são fecundados, e portanto isso é a tecnologia que tem sido usada para a mosca do gado, a mosca da bicheira, para a mosca da fruta, a mosca tsé-tsé etc.”
Rui Cardoso Pereira contou que a técnica já começou a ser testada na Ásia, e que em breve de ser levada ao Brasil, ao México e à Tailândia como parte da cooperação com a AIEA. “Posso dizer que, neste momento, há um grupo no sul da China já com um projectopiloto em implementação. México, Brasil, Tailândia vão começar muito proximamente. Portanto, a primeira fase, digamos, foi capacitar as pessoas, criar infraestrutura para esses insectos serem produzidos. O caso do Brasil já tinha uma infraestrutura e usava insetos que eram transgênicos.” Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em Fevereiro, reforça a intenção da agência e da Organização PanAmericana da Saúde (Opas), de fortalecer a luta contra o vírus do zika na América Latina, assim como a outras doenças como dengue e chicungunya.