CARTAS DO LEITOR
Venda de carne
Há uma máxima que diz: “mais vale prevenir do que remediar”. Não muito diferente dessa máxima, há uma outra muito usada pelos médicos que diz: “A melhor maneira de combater uma doença é preveni-la”. Busquei essas duas máximas para começar esse texto por causa de um negócio que está a ganhar corpo na nossa sociedade nos últimos dias e que, se não for fiscalizado, poderá pôr em causa a saúde de muita gente.
Refiro-me à venda de carne abatida. Esse negócio está a ser praticado em locais inaproporiados por cidadãos de países oeste-africanos, conhecidos entre nós como os “Mamadous”. Os espaços onde eles praticam esse negócio não se diferenciam muito das cantinas. A única diferença é que nesses lugares só se vende mesmo a carne. Não se conhece o lugar onde eles compram a carne, muito menos se estão autorizados pelos Serviços de Saúde a praticarem tal negócio. É urgente que se faça alguma coisa. Não vamos esperar que alguma família contraia alguma doença por consumir essas carnes, cuja origem é ainda desconhecida, para depois se punirem os infractores.
Quanto mais cedo se fizer alguma coisa, melhor. Também não se pode continuar a permitir que negócios tão sensíveis, como a venda de produtos alimentares, sejam praticados por qualquer cidadão. Tem que haver alguma restrição neste sentido. Sou da opinião de que a venda de alimentos deveria ser um negócio restrito a pessoas que reúnam requisitos para a actividade comercial, que seja rigorosamente acompanhado pelo Estado, para não se pôr em risco a saúde das populações. penso que deve haver maior fiscalização das actividades comerciais , sobretudo aquelas que abrangem a venda de alimentos e medicamentos.
Os cortes de energia eléctrica
Já li, aqui mesmo nesse espaço, algumas cartas de cidadãos manifestando o seu descontentamento por causa dos frequentes cortes de energia eléctrica em muitas partes da cidade de Luanda, que, muitas vezes, os obrigava a desfazerem-se de grandes quantidades de frescos que acabavam por atingir o estado de deterioração. Confesso que cheguei a rever-me naquelas cartas. Afinal, todos nós fomos afectados pelos cortes de energia eléctrica. Reivindicar sempre o que não vai bem é um direito e até exercício que não se pode coartar ao cidadão. É através desse exercício que o Governo consegue facilmente atacar os problemas. Mas é preciso não termos só olhos para ver o que está mal. Também devemos falar das coisas que estão a ser bem feitas. O problema do corte de luz, que tirou quase todos os luandenses do sério parece que está a chegar ao fim. Ela já não está a falhar como no princípio. Já está a fazer mais de um dia consecutivo sem ir. Essa semana contabilizei bem. Foram três dias na área, em que moro com luz, ou seja, sem o famoso apagão. Sei que ainda não significa muita coisa para quem tinha a sua luz 24 horas, mas era bom que essas pessoas que publicaram cartas neste espaço, manifestando o seu descontentamento, por causa dos cortes de luz reconhecessem também esse avanço. Não fica bem ter olhos só para apontar defeitos.
Os problemas dos professores
Fiquei a saber, por via de um órgão de comunicação social do nosso país, que os problemas dos professores angolanos do ensino geral público estão a ser resolvidos pela entidade patronal. Espero que a entidade patronal não adie mais a resolução dos principais problemas dos professores , que merecem ser tratados com dignidade.
Os professores são um segmento da população que contribuem imenso para o desenvolvimento do nosso país. Sem professores nenhum país se pode desenvolver. Não se deve permitir que os professores trabalhem em condições precárias e tenham salários muito baixos. Acredito que as nossas autoridades vão tomar as medidas necessárias para se evitar que haja greves sucessivas , que só prejudicam os alunos. É preciso valorizar o trabalho dos professores. Que se satisfaçam os direitos que os professores reivindicam , na medida das possibilidades nesta fase de crise. Já fui professor e sei o grande esforço que um docente tem de empreender para transmitir conhecimentos. Que se resolva o maior número possível de problemas que os nossos professores do ensino geral público enfrentam.