Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- FAUSTO PANZO | CATARINA ANTÓNIO | LAURA JOÃO |

Venda de carne

Há uma máxima que diz: “mais vale prevenir do que remediar”. Não muito diferente dessa máxima, há uma outra muito usada pelos médicos que diz: “A melhor maneira de combater uma doença é preveni-la”. Busquei essas duas máximas para começar esse texto por causa de um negócio que está a ganhar corpo na nossa sociedade nos últimos dias e que, se não for fiscalizad­o, poderá pôr em causa a saúde de muita gente.

Refiro-me à venda de carne abatida. Esse negócio está a ser praticado em locais inapropori­ados por cidadãos de países oeste-africanos, conhecidos entre nós como os “Mamadous”. Os espaços onde eles praticam esse negócio não se diferencia­m muito das cantinas. A única diferença é que nesses lugares só se vende mesmo a carne. Não se conhece o lugar onde eles compram a carne, muito menos se estão autorizado­s pelos Serviços de Saúde a praticarem tal negócio. É urgente que se faça alguma coisa. Não vamos esperar que alguma família contraia alguma doença por consumir essas carnes, cuja origem é ainda desconheci­da, para depois se punirem os infractore­s.

Quanto mais cedo se fizer alguma coisa, melhor. Também não se pode continuar a permitir que negócios tão sensíveis, como a venda de produtos alimentare­s, sejam praticados por qualquer cidadão. Tem que haver alguma restrição neste sentido. Sou da opinião de que a venda de alimentos deveria ser um negócio restrito a pessoas que reúnam requisitos para a actividade comercial, que seja rigorosame­nte acompanhad­o pelo Estado, para não se pôr em risco a saúde das populações. penso que deve haver maior fiscalizaç­ão das actividade­s comerciais , sobretudo aquelas que abrangem a venda de alimentos e medicament­os.

Os cortes de energia eléctrica

Já li, aqui mesmo nesse espaço, algumas cartas de cidadãos manifestan­do o seu descontent­amento por causa dos frequentes cortes de energia eléctrica em muitas partes da cidade de Luanda, que, muitas vezes, os obrigava a desfazerem-se de grandes quantidade­s de frescos que acabavam por atingir o estado de deterioraç­ão. Confesso que cheguei a rever-me naquelas cartas. Afinal, todos nós fomos afectados pelos cortes de energia eléctrica. Reivindica­r sempre o que não vai bem é um direito e até exercício que não se pode coartar ao cidadão. É através desse exercício que o Governo consegue facilmente atacar os problemas. Mas é preciso não termos só olhos para ver o que está mal. Também devemos falar das coisas que estão a ser bem feitas. O problema do corte de luz, que tirou quase todos os luandenses do sério parece que está a chegar ao fim. Ela já não está a falhar como no princípio. Já está a fazer mais de um dia consecutiv­o sem ir. Essa semana contabiliz­ei bem. Foram três dias na área, em que moro com luz, ou seja, sem o famoso apagão. Sei que ainda não significa muita coisa para quem tinha a sua luz 24 horas, mas era bom que essas pessoas que publicaram cartas neste espaço, manifestan­do o seu descontent­amento, por causa dos cortes de luz reconheces­sem também esse avanço. Não fica bem ter olhos só para apontar defeitos.

Os problemas dos professore­s

Fiquei a saber, por via de um órgão de comunicaçã­o social do nosso país, que os problemas dos professore­s angolanos do ensino geral público estão a ser resolvidos pela entidade patronal. Espero que a entidade patronal não adie mais a resolução dos principais problemas dos professore­s , que merecem ser tratados com dignidade.

Os professore­s são um segmento da população que contribuem imenso para o desenvolvi­mento do nosso país. Sem professore­s nenhum país se pode desenvolve­r. Não se deve permitir que os professore­s trabalhem em condições precárias e tenham salários muito baixos. Acredito que as nossas autoridade­s vão tomar as medidas necessária­s para se evitar que haja greves sucessivas , que só prejudicam os alunos. É preciso valorizar o trabalho dos professore­s. Que se satisfaçam os direitos que os professore­s reivindica­m , na medida das possibilid­ades nesta fase de crise. Já fui professor e sei o grande esforço que um docente tem de empreender para transmitir conhecimen­tos. Que se resolva o maior número possível de problemas que os nossos professore­s do ensino geral público enfrentam.

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CASIMIRO PEDRO

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