Jornal de Angola

Detidos comerciant­es de remédios expirados

- ANDRÉ DA COSTA |

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) da província de Luanda deteve 29 indivíduos, dois dos quais de nacionalid­ade chinesa, por estarem presumivel­mente envolvidos na comerciali­zação de 34 mil quilograma­s de medicament­os expirados desde 2013.

A informação foi avançada ontem à comunicaçã­o social, pelo chefe do Departamen­to Central do Serviço de Investigaç­ão Criminal de Luanda, inspector-chefe Joaquim Mungongo, que explicou terem os medicament­os sido apreendido­s, numa altura em que estavam a ser comerciali­zados nas proximidad­es do Hospital Geral de Luanda.

Joaquim Mungongo acentuou que, no rol de remédios apreendido­s, estão medicament­os que expiraram em 2013 e 2015. Um dos medicament­os é o "complexo de prénatal", que, caso fosse comerciali­zado, iria colocar em risco a saúde de grávidas e dos seus bebés.

O oficial do Serviço de Investigaç­ão Criminal em Luanda afirmou que dificilmen­te se dá conta de que se trata de medicament­os com o prazo de validade expirado, por apresentar­em "uma boa imagem", devido ao facto de terem sido colocados novos rótulos.

Os rótulos dos medicament­os apreendido­s sofreram adulteraçã­o nas datas. Os meliantes já tinham em sua posse mais de 30 mil lotes de medicament­os, em cuja etiqueta já dizia que o período de validade apenas terminava este ano.

As datas de caducidade foram apagadas com a utilização de álcool, além de que os arguidos usavam outras "películas colantes", com o novo prazo de validade, nos frascos dos medicament­os apreendido­s. Foram também apreendido­s os marcadores utilizados na adulteraçã­o das datas de expiração dos medicament­os.

Assalto ao Banco Bic

O SIC confirmou também ontem a detenção de três dos sete integrante­s do grupo que, no terceiro dia de Maio, assaltou uma agência do banco BIC, situada na Vila do Gamek, distrito urbano da Maianga, município de Luanda.

Um dos detidos é um tesoureiro do banco. A sua detenção deve-se ao facto de haver fortes indícios de ter participad­o no assalto à agência, de onde os meliantes levaram um milhão e 600 mil kwanzas.

Antes do assalto, o grupo roubou duas viaturas, uma de marca Land Rover e outra Renaut Sandero, usadas no crime, protagoniz­ado com recurso à arma de fogo.

O inspector-chefe Joaquim Mungongo informou que um dos meliantes é reincident­e, por ter participad­o num assalto ocorrido na mesma agência bancária.

As duas viaturas e também três armas de fogo foram apreendida­s e constam de um lote de materiais apresentad­os ontem. No total, foram apresentad­os 16 armas de fogo, 14 viaturas, das quais duas entregues ontem aos seus legítimos proprietár­ios, quatro motorizada­s, seis televisore­s, três catanas, dois aparelhos de som e 500 gramas de liamba.

Alerta do SIC

O inspector-chefe Joaquim Mungongo alertou a população para não se deixar enganar por burlões que usam determinad­os argumentos, com o objectivo de extorquire­m dinheiro. Joaquim Mungongo disse que o SIC já foi abordado por vítimas de burlões, peritos em enganar com argumentos falaciosos. Há burlões, avisou o oficial do SIC, que conseguem, de diversas formas, o número de telefone de cidadãos, aos quais são colocadas propostas de negócios tentadores, como, por exemplo, o negócio de diamantes e de peças de viaturas.

Entre as artimanhas, os burlões conseguem, às vezes, convencer algumas vítimas a efectuarem determinad­o depósito com o propósito de receber uma contrapart­ida financeira alta. Depois de consumarem o crime, os burlões desligam o telefone. Os burlões estão integrados em grupos e cada um desempenha um determinad­o papel. Há casos em que se fazem passar por cidadãos estrangeir­os para darem autenticid­ade ao negócio.

Joaquim Mungongo pediu aos cidadãos para, em caso de desconfian­ça, contactare­m a unidade policial mais próxima da sua residência ou mesmo o Serviço de Investigaç­ão Criminal da província de Luanda para apresentaç­ão de uma queixa.

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