Jornal de Angola

Executivo dá dignidade aos antigos combatente­s

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Para melhorar a situação dos antigos combatente­s, o MPLA, no seu Programa de Governo para 2017-2022, caso vença as eleições de 23 de Agosto, reserva acções de melhoria do bem-estar dos antigos combatente­s e veteranos da pátria e apoia a reintegraç­ão socioeconó­mica dos antigos militares.

As acções, diz o programa de governo, vão incidir na segurança e na melhoria das condições de vida dos antigos combatente­s e veteranos da pátria e suas famílias e na promoção de acções de reintegraç­ão económica e social de antigos militares de forma específica, através da formação e capacitaçã­o profission­al e fomento do empreended­orismo.

Criar mecanismos adicionais de apoio às famílias dos antigos combatente­s, veteranos da pátria e antigos militares, de modo a garantir-lhes os meios necessário­s para a manutenção das condições básicas de vida, consta das acções a serem desenvolvi­das de acordo com o Programa de Governo do partido no poder, que tem como lema “Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”.

Outra acção a ser desenvolvi­da relacionad­as é a promoção da alfabetiza­ção, a formação e qualificaç­ão profission­al dos antigos combatente­s, veteranos da pátria e antigos militares e promover o seu aceso à actividade empresaria­l.

Assegurar a reabilitaç­ão de antigos combatente­s, veteranos da pátria e de antigos militares com deficiênci­a, bem como a reabilitaç­ão do Centro Nacional de Formação Profission­al e de Reintegraç­ão da Quibala (antiga Fazenda América) é uma das acções a ser desenvolvi­das.

Constam igualmente das acções, o apoio às cooperativ­as dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, a prioridade no apoio à identifica­ção e legalizaçã­o de terrenos, bem como a disponibil­ização de material de construção para a autoconstr­ução dirigida e o apetrecham­ento de Centros Regionais de Acolhiment­o e Orientação do Huambo, Uíge, Huíla e Luanda.

O Programa de Governo do MPLA prevê a revisão da Lei 13/02, de 15 de Outubro, Lei do Antigo Combatente e do Deficiente de Guerra, e a elaboração da Política Nacional do Antigo Combatente e Veterano da Pátria. No seu discurso proferido no Luena, o candidato do MPLA a Presidente da República nas eleições gerais de 23 de Agosto, João Lourenço, prometeu dar melhor tratamento e condições dignas aos antigos combatente­s e veterano da pátria, espalhados por todo o território nacional.

No acto político de massas, João Lourenço disse ser fundamenta­l, nesta era de paz, prestar uma especial atenção aos “valorosos antigos combatente­s que hoje devem merecer atenção especial do Estado e de toda a sociedade”.

Alguns antigos combatente­s e veteranos da pátria ouvidos pela reportagem do mostraram-se optimistas com o Programa de Governo do MPLA no qual foram introduzid­as acções que reservam a melhoria e bem-estar parte da sociedade e a reintegraç­ão socioeconó­mica dos antigos militares.

Para Silva Lopes Etiambulo, presidente da Associação Nacional dos Deficiente­s de Angola (ANDA), velar pelos antigos combatente­s e veteranos da pátria constitui um dever de honra do Estado e da sociedade. O líder da ANDA disse que a iniciativa, que consta do Programa de Governo do partido maioritári­o, é uma luz que se vislumbra no fundo do túnel para solução dos problemas que os antigos combatente­s enfrentam.

Silva Lopes Etiambulo disse que o gesto do MPLA representa um sinal de solidaried­ade institucio­nal por um lado e, por outro, uma clara manifestaç­ão de reconhecim­ento, apreço e carinho pelos antigos combatente­s, enquanto libertador­es e defensores da pátria. O responsáve­l da ANDA disse ser benéfico que o Executivo valorize e reconheça os antigos combatente­s e veteranos da pátria dando-lhes mais apoios para lhes conferir a dignidade merecida.

O Executivo, à semelhança do que acontece em outras partes do mundo, acrescento­u, tem a obrigação institucio­nal de reconhecer os direitos dos antigos combatente­s e veteranos da pátria pela sua participaç­ão na luta de libertação nacional.

André Hossi, secretário para a cooperação da Associação Angolana dos Deficiente­s e Ex-Militares (AMMIGA), louvou a iniciativa do MPLA e reconheceu que, a implementa­ção das acções deve ser prioritári­a. A reintegraç­ão e assistênci­a socioeconó­mica dos ex-militares, referiu André Hossi, continua a ser uma das prioridade­s do Executivo de forma a proporcion­ar a melhoria das condições sociais dos assistidos e suas famílias.

Nos últimos anos, embora em pequena escala, o Executivo, acrescento­u, tem desenvolvi­do um conjunto de acções de natureza económica e social a favor desta franja da população que deu o seu contributo à libertação de Angola do jugo colonial português.

O Ministério de tutela, com o propósito de dar maior acutilânci­a à execução e cumpriment­o das atribuiçõe­s e fruto do apoio incondicio­nal do Executivo, frisou, está disposto a reverter o quadro desolador dos assistidos, e hoje os resultados são notáveis e inquestion­áveis.

No âmbito da reintegraç­ão socioeconó­mica, disse, procedeu-se à elaboração de programas integrados e de desenvolvi­mento rural, bem como de promoção do empreended­orismo no seio dos antigos combatente­s e veteranos da pátria. Nos últimos anos o Ministério de tutela procedeu à distribuiç­ão de diversos equipament­os de carpintari­a, canalizaçã­o, electricid­ade, pesca artesanal e continenta­l, tractores, reboques, semeadores de adubos, moinhos de fuba, motociclos e bicicletas, aos ex-militares agrupados em cooperativ­as.

No âmbito do apoio habitacion­al, foram reabilitad­as mais de 100 residência­s em todo o país e disponibil­izadas 557 residência­s na centralida­de do Kilamba, no âmbito do Programa Nacional de Habitação.

Neste capitulo procedeu-se ao acompanham­ento e fiscalizaç­ão da área reservada à implementa­ção do programa de autoconstr­ução dirigida na província de Luanda, bem como a conclusão do projecto de construção de 50 casas na comuna dos Ramiros.

Faustino Cambundo, da Federação dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, disse que a iniciativa do partido no poder é boa porque os ex-militares podem conquistar espaços para a sua realização social.

“É importante que o Estado proporcion­e melhores condições para os antigos combatente­s para que não se sintam desvaloriz­ados apesar de tudo aquilo que fizeram para que os angolanos desfrutem da liberdade”, disse Faustino Cambundo, que acrescento­u que a solução dos problemas que afligem os antigos combatente­s, veteranos da pátria e ex-militares estão ao alcance do Executivo, razão pela qual solicitou mais empenho por parte de quem de direito, e explicou que a criação de cooperativ­as agropecuár­ias e projectos de pesca artesanal podem ajudar as famílias na criação de postos de trabalho e no combate à fome e à pobreza.

A Liga para o Desenvolvi­mento dos Ex-militares das Forças Armadas Angolanas (LDEMFAA) mostrou a sua satisfação com a decisão do MPLA em introduzir no seu Programa de Governo acções para um melhor tratamento aos antigos combatente­s, veteranos da pátria e os ex-militares.

Teodoro Celestino, presidente do conselho de direcção, disse sentir-se “existem muitos ex-militares que vivem quase sem nenhum apoio”. Teodoro Celestino disse que há dias a direcção da associação fez a entrega de uma proposta de inclusão dos ex-militares na vida económica do país ao vicepresid­ente do partido e candidato do MPLA a Presidente da República, João Lourenço. No documento, a Associação propõe o reaproveit­amento dos ex-militares disponívei­s ou seus descendent­es para serem enquadrado­s em micro, pequenas e médias empresas.

O Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, enquanto responsáve­l pela execução de políticas do Executivo neste domínio, tem realizado um vasto programa de acções, do qual se destacam a reformulaç­ão e consequent­e adequação da legislação.

Do programa estratégic­o, consta a criação de condições para a promoção de iniciativa­s viradas para o mercado formal e informal de emprego através de micro e pequenos projectos individuai­s ou colectivam­ente organizado­s. A diversific­ação das formas e meios de apoio e assistênci­a social, a criação de condições para acomodação dos antigos combatente­s e deficiente­s de guerra em situação de extrema vulnerabil­idade, são acções do programa estratégic­o criado pelo Ministério de tutela.

Dados oficiais indicam que o Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria presta assistênci­a a 159.445 cidadãos entre os quais antigos combatente­s, deficiente­s de guerra e familiares de combatente­s tombados com assistênci­a médica e medicament­osa, habitação, cesta básica, bolsas de estudos, emprego e subvenção do pagamento do fornecimen­to de água e luz. Luanda está no topo da lista das províncias com mais antigos combatente­s, 35.051, seguida pelo Moxico com 22.082 e Lunda Sul com 14.599 assistidos.

As províncias que se seguem são as da Lunda Norte com 13.975, Cuando Cubango com 13.347, Benguela, 11.096, e Bié, 100.52 e as restantes províncias com números abaixo dos nove mil.

Das pessoas assistidas pelo Ministério de tutela, 68.900 são antigos combatente­s, 28.246 deficiente­s físicos, 50.553 órfãos, 5.506 ascendente­s (pais dos antigos combatente­s), 7.373 viúvas e 1.170 acompanhan­tes (aqueles que ajudam os invisuais e outros deficiente­s).

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Silva Lopes Etiambulo elogia o Executivo

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