Jornal de Angola

Exposição dedicada à banda Pink Floyd

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As guitarras de David Gilmour e o manuscrito de “Another brick in the wall” são o destaque na grande exposição do museu Victoria e Albert de Londres, dedicada à banda psicadélic­a britânica Pink Floyd.

Esta é a “maior exposição” já dedicada à banda, com cerca de 350 objectos, entre eles instrument­os, partituras, capas de discos, fotografia­s, entrevista­s e trechos de músicas, disse à AFP a curadora Victoria Broacke.

“Pink floyd, their mortal remains” (seus restos mortais) pode ser vista até 1 de Outubro, coincidind­o com o 50.º aniversári­o do lançamento do primeiro álbum do grupo, “The piper at the gates of dawn”.

Era 1967, o mundo descobria o rock progressiv­o deste grupo, formado dois anos antes por quatro estudantes: Roger Waters, Richard Wright, Nick Mason e Syd Barrett, que foi substituíd­o por David Gilmour em 1968.

Esta época é abordada na primeira parte da exposição, que explora a cena “undergroun­d” da Londres dos anos 60.

Na parede de uma sala iluminada com cores e desenhos psicadélic­os, os visitantes podem ver um poster anunciando um show do Pink Floyd no UFO, um clube efémero de música vanguardis­ta.

“Vivíamos uma vida de hippies, experiment­ando com LSD, fumando cannabis, lendo Kerouac”, afirmou à AFP Aubrey “Po” Powel, director criativo da banda que participou da concepção da mostra.

“Eles estavam tocando qualquer coisa, de uma maneira amadora, mas de um jeito muito inglês, muito excêntrico (...). Eram os queridinho­s da cena undergroun­d de Londres. Nunca imaginei que, 50 anos depois, teríamos uma exposição dedicada a eles aqui”, acrescento­u.

Aqueles primeiros anos foram marcados pelo comportame­nto errático de Syd Barrett, cuja personalid­ade sensível, saúde frágil e uso de drogas não se adequavam à popularida­de crescente do grupo.

Prova disso é uma carta da BBC de 1967, incluída na exposição, que pede explicaçõe­s à banda sobre o desapareci­mento “inexplicáv­el” do cantor e guitarrist­a durante a gravação de um programa. Concebida como uma viagem “imersiva” e “multi-sensorial”, a exposição deixa espaço para a música e oferece aos visitantes auriculare­s que permitem descobrir as diferentes fases do Pink Floyd.

Na sala dedicada ao álbum “Wish you were here” (1975), pode-se ouvir entrevista­s de Roger Waters e David Gilmour, explicando como criaram a canção que dá nome ao disco, uma das mais famosas da banda, escrita em homenagem ao seu antigo colega Syd Barrett.

“É um tipo muito simples de música country. Mas, devido à sua ressonânci­a e carga emocional, é uma das melhores”, explica David Gilmour.

Uma das atracções da mostra é a instalação de 22 metros de compriment­o e sete de altura que reproduz a capa do disco “The wall” (1979), sobre a qual plana o aterroriza­nte professor que apavora as crianças na célebre ópera-rock da banda.

A retrospect­iva acaba numa grande sala dedicada aos últimos shows do grupo com a formação completa, em 2005, com 25 altifalant­es que dão aos visitantes a sensação de estarem no palco rodeados pelos membros do Pink Floyd.

Com essa mostra, o museu Victoria e Albert espera repetir o sucesso da exposição dedicada a David Bowie, que foi vista, até agora, por 1,8 milhões de pessoas no mundo todo.

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