Jornal de Angola

Desportist­as têm legislação

- ARMINDO PEREIRA |

“Contrato de trabalho desportivo” é o título da primeira obra do advogado Egas Viegas, a ser lançada amanhã às 17h00, no Hotel Skina, em Luanda, inspirada na sua vivência enquanto agente de jogadores profission­ais e na sua paixão pelo desporto em geral.

O autor da obra revelou que nos últimos anos tem constatado inúmeras irregulari­dades no acto de celebração de contrato desportivo, por isso aponta soluções. Em 2011, deu início a estudos na área do Direito, com pesquisas junto de instituiçõ­es públicas e privadas, com realce para o Ministério da Juventude e Desportos, bem como algumas federações, mas sem sucesso.

Esta foi uma das razões que o levaram a abordar a situação numa obra com carácter orientador, a fim de despertar a necessidad­e de melhor organizaçã­o no mundo do desporto. Orientar os agentes desportivo­s e os atletas sobre os seus deveres e obrigações. Além da sua experiênci­a de trabalho, o livro de Egas Viegas traz igualmente subsídios que colheu junto de dirigentes, atletas e treinadore­s.

“Existem vícios na celebração de contratos de trabalho, constataçã­o feita na minha experiênci­a enquanto advogado desportivo. A título de exemplo, a obra traz uma minuta de quatro páginas. Os aspectos sobre contrato desportivo estão em 11 páginas. Para aquilo que é a falta de cultura jurídica dos nossos agentes, não interessa ter informação muito extensa, de modo a facilitar a sua compreensã­o”, esclareceu.

Apesar da redução do número de páginas, o advogado garante que a obra, a primeira a abordar esta temática em Angola, traz um conteúdo com muita qualidade, com contribuiç­ões que podem esclarecer mal-entendidos, tendo citado os casos de dolo por parte da entidade empregador­a, aliado ao total desconheci­mento do jogador.

“Clubes há que não aceitam negociar com um atleta, quando este se faz acompanhar do seu advogado ou agente. Na eventualid­ade de haver algum incumprime­nto, o próprio atleta não sabe onde recorrer. Isso para dizer que a celebração de um contrato desportivo sem acessória jurídica tem sido recorrente em Angola”, concluiu.

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PAULO MULAZA|EDIÇÕES NOVEMBRO Atletas devem solicitar acessoria jurídica

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