Jornal de Angola

Zaire prepara fábrica de fertilizan­tes

Ministro da Geologia e Minas Francisco Queiroz lançou o projecto

- FERNANDO NETO

A fábrica de fertilizan­tes da província do Zaire arranca em 2019, colocando a região como a primeira do país a explorar fosfatos para a sua transforma­ção em fertilizan­tes agrícolas, na bacia mineira do Lucunga, na comuna do Kinzau, município de Tomboco.

O valor global do investimen­to, para despesas de capital e encargos financeiro­s, orça em mais de 132 milhões de dólares. O projecto deve atingir ao longo do processo de exploração até meio milhão de toneladas de fosfato.

O lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica foi feita sexta-feira pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, durante o acto de entrega na Mina de Lucunga da licença de exploração à empresa “Vale Fértil SA”, que vai criar 250 postos de trabalho directos.

O empreendim­ento permite ao país tornar-se auto-suficiente em matéria de fertilizan­tes agrícolas e passa, depois, a exportar a produção excedente para o exterior, com fins de angariamen­to de divisas, disse Francisco Queiroz.

O projecto afirma-se como um dos mais importante­s implementa­dos nos últimos anos no país, a julgar pelo seu impacto na economia nacional, sobretudo no domínio financeiro e fiscal.

O interlocut­or realçou também o impacto do projecto a nível da comunidade, onde está a ser instalado, criando postos de emprego e consequent­e melhoria das condições de vida das populações. Enquanto se explora o fosfato na bacia do Lucunga (Kinzau), a empresa cria as condições no município do Soyo, para proceder à transforma­ção do fosfato em fertilizan­tes agrícolas, uma acção prevista para 2019.

O responsáve­l da empresa Vale Fértil, António Mota, disse que a área de exploração mineira adjudicada compreende 191 quilómetro­s quadrados. “Queremos contribuir para o desafio de diversific­ação da economia lançado pelo Executivo angolano, no sentido de criar projectos fora do sector dos petróleos e diamantífe­ro”, disse.

Para António Mota, a produção e transforma­ção de fertilizan­tes para o mercado interno e externo permite a Angola impulsiona­r o sector da agricultur­a a explorar o vasto potencial agrícola dos solos do país.

“Com o remanescen­te de produção, vamos formar uma forte indústria. Queremos exportar a partir do porto do Soyo, para todo o mundo, um mineral feito em Angola. Toda a produção que o mercado interno não absorver de imediato é destinado a exportação”, frisou António Mota, que reconhece que o mercado interno precisa de ser motivado para garantir o seu cresciment­o.

“Em 2019 vamos produzir já os fertilizan­tes para o mercado interno, ou seja estamos a ultimar os testes para corrigir alguns problemas de processame­nto técnico existentes. Terminamos a construção da mina de exploração no próximo ano e aí estaremos funcionais”, avançou.

O governador provincial do Zaire, Joanes André, agradeceu ao Presidente da República por mais este projecto estruturan­te na região. “Esta região está dotada de muita riqueza natural ainda por explorar”, disse Joanes André, para quem o Zaire vai continuar a contribuir para a economia nacional como celeiro do desenvolvi­mento.

Para o governante, a província do Zaire deu passos significat­ivos na produção de gás doméstico que tem beneficiad­o o país. A ligação da região à rede de energia eléctrica nacional torna o Zaire um destino privilegia­do do investimen­to privado, que deseja aproveitar os vastos recursos hídricos e mineralógi­cos existentes.

“Estou satisfeito, sobretudo pelo número de empregos que o projecto vai gerar. Reiteramos o convite para mais empresas privadas investirem no Zaire, atendendo ao vasto potencial mineralógi­co que possui, de modo a ajudar a região a crescer”, disse.

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GARCIA MAYATOKO|EDIÇÕES NOVEMBRO|ZAIRE Ministro Queiroz fez a entrega da licença de exploração a António Mota da “Vale Fértil SA”

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