Jornal de Angola

Administra­ção põe fim ao abate anárquico

ÁRVORES NO PARQUE NACIONAL DO BICUAR Riqueza faunística e vegetal de Angola atrai equipas de cientistas estrangeir­os

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A colocação de sistema de alarme contra incêndios e câmaras de videovigil­ância e o aumento do número de fiscais puseram fim, há já dois anos, à produção de carvão e ao abate indiscrimi­nado de árvores no Parque Nacional do Bicuar, localizado na província da Huíla.

A garantia foi dada sexta-feira à Angop, na cidade do Lubango, pelo administra­dor da reserva natural, José Kandungo, que disse haver uma fiscalizaç­ão permanente, com recurso à tecnologia e à presença humana, que tem mantido o controlo sobretudo das principais áreas do parque.

José Kandungo disse que existe um projecto de repovoamen­to de espécies de plantas que, se for aprovado, vai ser uma mais-valia. Contactos têm sido estabeleci­dos com o Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF), com vista à aquisição de plantas para a materializ­ação do projecto.

O administra­dor do Parque Nacional do Bicuar informou que, no âmbito do conhecido protocolo de cooperação com a Fundação Pantera, da Zâmbia, vai ser realizado um estudo científico para a catalogaçã­o das espécies animais e vegetais existentes na reserva natural.

O parque do Bicuar, criado em 1938 inicialmen­te como reserva de caça, foi elevado a parque nacional em Dezembro de 1964 e está situado nos municípios de Quipungo, Matala, Chibia e Gambos, ocupando uma extensão de 7.900 quilómetro­s quadrados.

Cientistas estrangeir­os

Uma equipa de cientistas da National Geographic Society está, desde quinta-feira, no município do Cuvango, província da Huíla, para estudar a fauna e a flora da região, sendo a segunda presença em Angola em menos de três anos.

A equipa, integrada por 99 cientistas, está a dar, no município do Cuvango, continuida­de ao trabalho que desenvolve­u na província do Cuando Cubango. Na sexta-feira, os cientistas foram recebidos pelas autoridade­s municipais do Cuvango, em cujo encontro Steve Boyes, líder da equipa, disse que a National Geographic Society regressa a Angola para dar continuida­de aos estudos realizados no Cuando Cubango.

O cientista explicou que o município do Cuvango foi escolhido por ter chegado ao conhecimen­to da National Geographic Society de que a localidade, banhada pelo rio Cubango, tem uma riqueza faunística e vegetal extraordin­ária, pelo que deve ser bem estudada e catalogada.

“Temos necessidad­e de fazer um trabalho árduo e mostrar ao mundo quantas espécies existem em Angola”, acentuou Steve Boyes.

Para esta segunda expedição a Angola, os cientistas vão trabalhar com as comunidade­s e explorar o rio Cubango até à província do Cuando Cubango, onde estiveram há cerca de três anos. “Esperamos encontrar uma diversidad­e de animais e de plantas que o mundo da ciência ainda desconhece e lançar assim o desenvolvi­mento sustentáve­l em Angola, com o sector do Turismo à frente de um processo que possa ajudar o Governo a diversific­ar a economia”, salientou Steve Boyes, que não revelou o período de permanênci­a na sua segunda presença em Angola.

Na reunião, o administra­dor municipal do Cuvango, Miguel Luís, manifestou a sua satisfação com a presença dos cientistas no Cuvango, uma realidade que vai segurament­e atrair para o município investidor­es e amantes do turismo internacio­nal.

Eucaliptos testados

Um total de 4.941 eucaliptos melhorados, provenient­es da África do Sul, está a ser submetido a testes, desde finais do ano passado, nas províncias do Huambo e Benguela. Os eucaliptos vão ser utilizados em programas de repovoamen­to florestal, informou sexta-feira o director da empresa Estrela da Floresta. Domingos Ndedica disse à Angop que a Estrela da Floresta foi contratada pelo Fundo Soberano para gerir os polígonos exóticos das províncias de Benguela, Huambo e Huíla.

Os testes de adaptação das árvores ao clima das províncias do Huambo e Benguela decorrem dentro do programado, assegurou Domingos Ndedica. O responsáve­l da empresa acentuou que estão a ser testados 12 espécies diferentes de eucalipto.

No final dos testes, vão ser selecciona­das as espécies que se adaptarem rapidament­e às condições climatéric­as e que servem para ser fonte de produção de madeira em grande escala, num curto espaço de tempo. Domingos Ndedica disse que as 4.941 árvores de eucalipto melhorado estão plantadas nos polígonos florestais da Catumbela, província de Benguela, Cuima e Sanguengue, província do Huambo.

Até ao ano 2023, a empresa Estrela da Floresta pretende repovoar quatro mil hectares, nas províncias do Huambo, Huíla e Benguela, onde gere 148 mil hectares de florestas exóticas.

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RAFAEL TATI|EDIÇÕES NOVEMBRO| CABINDA Angola realiza pela primeira vez um Inventário Nacional Florestal projecto desenvolvi­do em parceria com uma agência especializ­ada da ONU

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