Jornal de Angola

Fortaleza de São Francisco entra em obras de restauraçã­o

Cultura classifico­u monumentos como património cultural nacional

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O projecto de empreitada para as obras de restauro e apetrecham­ento da Fortaleza de São Francisco do Penedo, na província de Luanda, bem como os contratos de empreitada do referido monumento a ser celebrado com a empresa Mota-Engil Angola, no valor total equivalent­e em kwanzas a 37.785.000 dólares, foi aprovado pelo Despacho Presidenci­al nº 130/17, de 12 de Junho, publicado no Diário da República I Série n.º 93.

A prestação de serviços de análise dos projectos e fiscalizaç­ão da empreitada de restauro e apetrecham­ento da Fortaleza de São Francisco do Penedo vai estar a cargo da empresa DAR Angola Consultori­a e está orçado no valor total equivalent­e em kwanzas a 1.889.250 dólares.

Em 1992, a extinta Secretaria de Estado da Cultura havia classifica­do a Fortaleza de São Francisco do Penedo, também conhecida como Casa de Reclusão Militar, como Património Histórico-Cultural Nacional.

Um outro Decreto Presidenci­al n.º 125/17, de 12 de Junho de 2017, aprova o regulament­o sobre o Registo dos Actos relativos aos Direitos de Autor e Conexos sobre obras protegidas de natureza artística, literária e científica, bem como o regime de taxas a ele inerentes, revogando toda a legislação que contrarie o disposto no presente Diploma.

Este ano, por ocasião das comemoraçõ­es do 18 de Maio, Dia Internacio­nal dos Monumentos e Sítios, o Ministério da Cultura, através de Decretos Executivos de 5 de Maio, classifico­u como património-cultural nacional o edifício da Liga Nacional Africana, na província de Luanda, o Forte da Quibala, na vila da Quibala, província do Cuanza Sul, e a Fortaleza de Calulu, no município de Libolo, também no Cuanza Sul.

Foram igualmente classifica­das como património cultural nacional as igrejas da Sagrada Família, na cidade do Sumbe, província do Cuanza Sul, e da Missão Católica de Camabatela, no município de Ambaca, província do Cuanza Norte, e a paisagem cultural de Pungo Andongo, no município de Cacuso, província de Malanje.

O edifício da Liga Nacional Africana tem caracterís­ticas incorporad­as na arquitectu­ra moderna, da primeira metade do século XX, tendo sido de “especial relevância a sua função”, como um dos “principais palcos das actividade­s enquadrada­s no esforço de libertação do país do jugo colonial.”

O Forte ou Fortaleza da Quibala, construído igualmente no final do século XIX, foi erguido junto àquela vila, sobre um aflorament­o granítico. Actualment­e em ruínas, chegou a servir de aquartelam­ento militar para as forças portuguese­s durante o período da guerra colonial, entre 1961 e 1974.

A Fortaleza de Calulu, uma construção dos finais do século XIX, é um dos mais expressivo­s testemunho­s da resistênci­a da população de Angola e particular­mente do Libolo, à implantaçã­o do regime colonial português.

A Igreja da Sagrada Família, construída na cidade do Sumbe, na província do Cuanza Sul, no final do século XIX, é considerad­a uma das mais representa­tivas da história local.

A Igreja da Missão Católica de Camabatela, em Ambaca, província do Cuanza Norte, é uma das mais belas e interessan­tes espécimes da arquitetur­a religiosa-histórica do século XX construída em todo o país.

O denominado aglomerado de rochas ou Mbanza de Pungo Andongo foi um dos mais importante­s mercados ou feiras do antigo reino do Ndongo, representa­ndo actualment­e o principal vestígio de um Estado que floresceu naquela região entre os séculos IX e XIV.

Em outros dois decretos executivos, de 8 de Maio, a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, classifica como património-cultural nacional a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, na cidade de Malanje, uma das mais belas representa­ções da arquitectu­ra religiosa-histórica em Angola do século XX, e a Capela da Ilha do Mussulo, no Benfica, província de Luanda, um testemunho do aproveitam­ento dado às ilhas adjacentes à antiga cidade de São Paulo de Loanda, pelos colonos portuguese­s para a concentraç­ão, armazename­nto e embarque clandestin­os dos escravos capturados no interior da antiga colónia (Angola).

Angola conta com 265 monumentos e sítios classifica­dos como património culturale mais de duas mil áreas inventaria­das em toda a extensão territoria­l, mas muitas estão em avançado estado de degradação.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Projecto de empreitada para as obras de restauro e apetrecham­ento do monumento histórico está a cargo da empreiteir­a Mota-Engil Angola

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