Comité de sanções trabalha em Bissau
Uma missão do Comité de Sanções das Nações Unidas está em Bissau para se informar da evolução política do país e obter informações sobre as sanções impostas depois do golpe militar de 2012 pelo Conselho de Segurança da organização mundial.
Além de oficiais militares alvo de sanções internacionais, a delegação da ONU, chefiada por Elbio Roselli mantém encontros com o Chefe de Estado, o presidente do Parlamento, membros do Governo, dirigentes dos partidos com assento parlamentar e organizações da sociedade civil, informaram os meios de comunicação locais, citando a agenda do encontro.
A missão da ONU vai efectuar também um encontro de trabalho com o chamado “P5”, ou seja, o Fórum que junta os representantes no país do Secretário Geral das Nações Unidas, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana, da CPLP, e da União Europeia. O Governo guineense explicou, em comunicado, que o presidente do Comité de Sanções da ONU pretende com a visita receber informações sobre o impacto das sanções, familiarizar-se com os últimos acontecimentos políticos e melhorias de segurança no país e reiterar o seu apoio total à restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau.
A visita, lê-se no documento, é realizada em cumprimento da sugestão contida no último relatório do Secretário-Geral da ONU sobre progressos realizados no que se refere à estabilidade e restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau.Em Maio, o Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupação com a prolongada crise política e institucional na Guiné-Bissau e pediu ao Presidente do país, José Mário Vaz, para nomear um novo primeiro-ministro, em cumprimento ao Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri, patrocinado pela CEDEAO, prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado.
O Conselho de Segurança da ONU pediu aos políticos guineenses para colocarem o interesse do povo da Guiné-Bissau em primeiro lugar e exigiu a todos os líderes que “respeitem o compromisso de trazer estabilidade” ao país com um “diálogo genuíno, inclusivamente sobre a revisão Constitucional”.
Em 2012, a ONU e a União Europeia impuseram sanções que incluem, entre outras, congelamento de bens e interdição de viagens aos generais António Indjai, Mamadu Turé, Estêvão Na Mena, Ibraima Camará e ao tenente-coronel Daba Naualma, chefes militares implicados no golpe de Estado de Abril.
Entretanto, numa altura em que a missão da ONU trabalha no país, a Polícia Judiciária desmantelou uma rede de desvio de dinheiro proveniente de impostos em conluio com alguns bancos comerciais do país que lesou o Estado em cerca de 200 mil dólares só em 2016.