Cuba e Moçambique reforçam relações
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, reconheceu na sextafeira a importância das relações de longa data estabelecidas entre Moçambique e Cuba e defendeu a sua contínua revitalização.
O Chefe de Estado moçambicano falava à imprensa depois de depositar uma coroa de flores no memorial José Marti, em Havana, em homenagem a Eduardo Mondlane, fundador e primeiro presidente da Frelimo, e Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente, cujos bustos estão patentes naquela praça, juntamente com outros líderes africanos.
A cerimónia, organizada pelo Instituto para África, teve lugar no quadro da visita oficial de Filipe Nyusi que termina hoje.
“Estamos a homenagear aqueles nacionalistas que tiveram a visão de libertar a África e Cuba, por isso, estamos aqui para reiterar as nossas relações de amizade e reforçá-las”, disse.
O estadista moçambicano, que chegou a Cuba na noite de quintafeira proveniente de Washington (EUA), onde efectuou uma visita de trabalho de três dias, recordou que Moçambique e Cuba combateram juntos pela libertação e actualmente estão unidos na luta pelo desenvolvimento e prosperidade dos respectivos povos.
“Moçambique e Cuba continuam juntos como estiveram no passado”, reiterou Filipe Nyusi, para quem a visita visa, essencialmente, manifestar esta vontade e o compromisso de revitalização das relações de amizade e cooperação entre os dois países e povos. Na ocasião, agradeceu ao Instituto para África, por ter organizado a cerimónia, no Dia da Criança Africana.
“Estão aqui representados aqueles líderes que trabalharam para o futuro das crianças e nós estamos aqui para reafirmar que o trabalho que fizeram, a visão que tiveram, não foi em vão”, afirmou, numa referência aos heróis africanos, cujos bustos estão patentes na praça.
A Frelimo e Cuba estabeleceram relações desde a formação do partido moçambicano em 1962, na altura movimento de libertação nacional. O falecido Presidente cubano, Fidel Castro, e o fundador da Frelimo, Eduardo Mondlane, iniciaram a cooperação nas áreas de formação em saúde e educação.
Após a Independência, em 1975, as relações expandiram-se e fortificaram-se. Nos finais da década de 70, Samora Machel enviou para Cuba 3.700 moçambicanos para formação em vários domínios.
O primeiro grupo de estudantes moçambicanos chegou a este país em 1977, numa altura em que Moçambique debatia-se com uma grave crise de quadros, na sequência do abandono em massa de profissionais portugueses.
Antes da cerimónia no memorial José Marti, Filipe Nyusi visitou o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, dedicado à investigação em saúde, produção e comercialização de medicamentos.
A investigação centra-se em áreas como vacinas, medicamentos, diagnósticos e biotecnologia animal e vegetal.