Centenas de imigrantes interceptados no mar
Mais de 900 imigrantes da Ásia e de África foram interceptados ao largo da Líbia pela guarda costeira daquele país, informou ontem um porta-voz da Marinha.
“Uma patrulha da guarda costeira de Zawia (45 quilómetros a Oeste de Tripoli) interceptou na madrugada deste sábado (ontem) cinco botes insufláveis e um barco de madeira que transportavam 906 imigrantes”, disse o porta-voz da Marinha da Líbia, Ayoub Kacem, citado pela agência France Press.
Segundo o porta-voz, os barcos foram vistos a “cerca de sete milhas náuticas a Norte de Sabratha”, uma cidade situada a 70 quilómetros a Oeste de Tripoli, que se tornou um importante ponto de partida de imigrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo.
“Noventa e oito mulheres, sete delas grávidas, e 25 crianças” estavam a bordo, referiu Ayoub Kacem. “Um dos botes estava prestes a afundar-se e o navio de madeira estava sem motor”, acrescentou. Os imigrantes, 44 paquistaneses, 40 do Bangladesh, 13 egípcios, três líbios, oito marroquinos e muitas pessoas de outros países africanos foram levados para o centro de retenção de AlNassr Zawia, disse o porta-voz da Marinha. Os imigrantes interceptados ou resgatados pela guarda costeira da Líbia são geralmente levados para centros de retenção para posterior repatriamento.
Muitos dos imigrantes são vítimas de extorsão e violência por parte de redes organizadas de contrabando de pessoas.
As costas italianas estão a menos de 300 quilómetros do litoral da Líbia, o que explica a preferência dos traficantes por esta rota.
As praias que se estendem entre Tripoli e a fronteira com a Tunísia tornaram-se nos últimos dois anos o principal reduto das máfias que traficam seres humanos, apesar da presença de barcos de patrulha europeus. Há uma semana, guardas líbios anunciaram o resgate de 185 pessoas nesta área, que navegavam à deriva, perto da região de Sabrata.
Segundo dados da Organização Internacional das Migrações (OIM), mais de 13 mil imigrantes irregulares conseguiram atravessar o Mar Mediterrâneo para a Europa este ano, enquanto que mais de 275 desapareceram no mar.