Quipungo na liderança da produção de milho
Milhares de toneladas são colhidas anualmente na região
Camponeses e agricultores da província da Huíla cultivam mais de 605 mil hectares e o grande propósito é expandir a área de cultivo, uma vez que estão identificados mais de 800 mil hectares de terras aráveis.
O potencial do município do Quipungo, Huíla, na produção e colheita de cereais, faz da região o destino de negociantes, empresários e pessoas singulares na compra do milho, massango e massambala. Quipungo é um dos 14 municípios da província da Huíla, situa-se a 120 quilómetros a Leste da cidade do Lubango e tem uma extensão territorial calculada em 5.675 quilómetros quadrados e está confinado a Norte com os municípios de Caluquembe, Cacula e Chicomba. A Este com a Matala, a Sul com os Gambos e a Oeste com os municípios do Lubango, Cacula e Chibia.
O nome Quipungo, reza a história, veio do vocábulo de origem nhaneka-humbi, (Epungo), que significa grão de milho, e esse elemento foi encontrado num elefante abatido por um caçador de nome Galle Cumena, oriundo da etnia Mungabwe, cujo clã totémico pertence aos Mukwanhama e, que na altura, na sua actividade apaixonante, atingiu as margens do rio Hilinguty, onde fixou sua residência oficial, na zona de Mãe-Mãe, actual Ombala de Yotyipungu.
Vieira Muanda é um pequeno empresário famoso, que instalou na localidade de Malipi, (12 quilómetros da sede municipal de Quipungo), um centro de compra de milho denominado “Potchoto Tchepungu”, que traduzido em português significa centro de milho.
O centro serve de compra de milho produzido pelos camponeses nas localidades de Tchindumbili, Kavissamba, Nombindji, Tchivava 1 e 2, Matemba, Cavilevi, dentre outras localidades, para ser vendido nas províncias do Huambo, Benguela, Bié, Cuanza Sul e Luanda. Na actividade, confessa o empresário, adquiriu camiões, carrinhas e outros bens.
Vieira Muanda explica que compra em cada unidade de um quilo no Quipungo entre 20 a 40 kwanzas, para revender noutros pontos do país. Acrescenta que, existem períodos em que adquire mais de 20 mil toneladas de milho. O milho é abundante na fase de colheita e o preço da compra no Quipungo depende da procura, quer no local de compra e no mercado de venda.
Para facilitar a actividade de adquirir milho no Quipungo, Vieira Muanda, natural do Huambo, utiliza motorizadas de três rodas, as famosas “Avô veio”, e carrinhas do tipo Canter. Na actividade de compra e revenda de milho, Vieira Muanda comprou camiões do Scania 111 e 112 com atrelado e um número considerável de bens diversos.
“Anualmente adquirimos mais de 100 toneladas de milho que escoamos para as províncias de Benguela, Huambo, Cuanza Sul, Bié, Luanda e Namibe. Temos produto a todo o momento. Nesta altura temos 120 toneladas de milho prontas para serem escoadas às províncias que referi. Estamos à espera que a população faça as novas colheitas para termos mais quantidades”, garantiu.
Acrescentou: “Estamos à espera que as empresas e empresários nos possam contactar para podermos fornecer o milho nos locais definidos”.
A venda do milho no mercado distante do Quipungo depende do preço de aquisição na fonte. “O preço depende do valor que compramos dos camponeses. Mas a nossa diferença de lucro é de 10 kwanzas. Nessa altura estamos a vender a 50 kwanzas, porque estamos a adquirir nas mãos dos camponeses a 40 kwanzas cada unidade”, esclareceu, acrescentando que para garantir o funcionamento normal do posto de compra de milho, empregou 12 jovens locais.
Emprego
Joaquim José, 30 anos, natural de Quipungo, é um dos jovens que encontrou no posto de venda de milho de Malipi, no Quipungo, o seu primeiro emprego. O mesmo confessou que a sua actividade é encher sacos de 10 a 150 kg de milho, para ser levado a outras províncias.
Explicou que o pagamento é feito por saco. “Recebemos dinheiro diariamente e o montante depende do número de sacos que ensacamos. Por dia ensacamos entre 40 a 60 sacos e em cada saco, cobramos 100 kwanzas”, referiu.
Samuel Loneke e Marcelino João, do Namibe e Lubango, são outros jovens que encontraram o ganha-pão no posto de compra de milho no Malipi.
Em entrevista ao Jornal de Angola , os jovens foram unânimes em afirmar que: “tem se dito que o trabalho dignifica o homem. Com o trabalho que prestamos ganhamos, e com muita dignidade, o nosso pão e sustentamos as nossas famílias. Com o que nos pagam, compramos também material escolar para os filhos”, contou. O administrador do sector de Malipi, Pedro Fonseca, informou que mais de oito mil famílias daquela localidade dedicam-se a agricultura de subsistência.
O controlo da venda da produção das quatro cooperativas de associações de camponeses integradas por mais de 200 a 300 pessoas que, afirmou, têm recebido apoio do Executivo, com a distribuição de enxadas, charruas, catanas, limas, sementes de milho, massango, massamaba, instrumentos de trabalho e fertilizantes que estão a permitir aumentar a capacidade produtiva dos camponeses.
Posicionamento estratégico
O posicionamento estratégico, aliado ao potencial agro-pecuário de Quipungo, faz da região, um celeiro que contribui positivamente na produção de alimentos em grande escala.
As terras aráveis, aliadas com os apoios que o Executivo tem proporcionado aos camponeses de Quipungo, traduzem a mais-valia do contributo que o município dá na distribuição de alimentos no país, reconheceu o director municipal da Agricultura daquele município.
Pascoal Simão disse que a região é uma potência na produção do grão branco e nesta vertente, as autoridades têm feito tudo, para que na medida do possível, a agricultura possa ceder maior espaço a nível do território nacional.
Mais de 65 mil 500 hectares de terra, precisou, foram aproveitados para produzir cereais de milho, massango e massambala, com uma colheita de 84.250 toneladas de cereais por colher a nível do município.
O director municipal esclareceu que na campanha agrícola 2016/2017, o Governo Provincial, através do Ministério d Agricultura, por meio da direcção local e da Estação de Desenvolvimento agrário (EDA), controla e apoio 86 associações de camponeses que estão nas localidades de Tchikonko, Malipi, Quipungo.
Para diversificar a produção, é preciso muita semente, não só de milho, como de outras espécies, tais como leguminosas e tubérculos. “Este ano recebemos mais sementes de milho, o que fez com que a