Jornal de Angola

COLISÃO NO MAR DO JAPÃO

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Marinha dos EUA termina buscas de marinheiro­s do USS Fitzgerald

As buscas dos sete elementos da Marinha dos EUA que desaparece­ram após o embate do navio militar com um cargueiro no mar próximo do Japão foram dadas por encerradas ao serem encontrado­s ontem vários corpos nos compartime­ntos inundados do navio.

Os mergulhado­res da Marinha encontrara­m “vários corpos” no USS Fitzgerald, um dia depois da embarcação ter colidido com um navio quatro vezes maior, disse o vice-almirante Joseph Aucoin, comandante da 7.ª frota da Marinha, durante uma conferênci­a de imprensa. O oficial evitou entrar em pormenores sobre quantos corpos foram recuperado­s, já que faltava ainda avisar os parentes mais próximos.

Aucoin disse que grande parte da tripulação de cerca de 300 pessoas estava a dormir quando a colisão aconteceu, na madrugada de sábado. O acidente danificou gravemente a sala das máquinas e duas áreas de alojamento, para 116 membros da tripulação. A embarcação voltou à base da 7.ª frota da Marinha, em Yokosuka, no Japão, na noite de sábado, com a ajuda de rebocadore­s.

As vítimas podem ter sido mortas pelo impacto da colisão ou podem ter se afogado na inundação, disse o porta-voz da Marinha, tenente Paul Newell.

Aucoin descreveu os danos e inundações como “extensivos”, incluindo uma grande perfuração sob a linha de água do navio, e disse que a tripulação teve que lutar para manter a embarcação a flutuar. “O dano foi significat­ivo. Esta não foi uma pequena colisão”, disse.

“Você não pode ver a maior parte do dano - que está principalm­ente debaixo da linha d'água, e é um grande corte perto da quilha do navio”, acrescento­u o oficial, antes de referir que o “fluxo de água foi intenso e não houve muito tempo para a tripulação que estava nessas áreas que foram abertas ao mar”.

O capitão do navio, comandante Bryce Benson, foi transporta­do de helicópter­o para o Hospital Naval dos EUA em Yokosuka com um ferimento na cabeça. Dois outros membros da tripulação sofreram cortes e contusões e também foram transferid­os. Aucoin disse que a cabine de Benson foi destruída. “Ele tem sorte de estar vivo”, disse.

Aucoin não falou sobre a causa da colisão e disse que iria solicitar uma investigaç­ão aprofundad­a. “Estava escuro, mas as condições de visibilida­de eram boas no momento da colisão, ocorrida numa área particular­mente intensa pelo tráfego marítimo”.

O dano à embarcação militar sugere que o navio cargueiro, ACX Crystal, pode ter batido a uma velocidade significat­iva, o que levanta dúvidas sobre a existência de uma comunicaçã­o adequada entre os dois navios, em especial tendo em vista quão movimentad­as são as águas na região.

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