Hospital de Catabola precisa de sangue
A falta de reservas de sangue na hemoterapia do Hospital Municipal de Catabola, província do Bié, é uma preocupação diária da direcção da unidade hospitalar pública, disse no sábado o director-geral.
Alfredo Pereira afirmou que a escassez de sangue põe em risco a vida de pacientes, sobretudo crianças, mulheres em trabalho de parto e vítimas de acidentes de viação.
O gestor alertou para a necessidade de a sociedade estar cada vez mais mobilizada para pôr fim à escassez de sangue nos hospitais públicos do país, através da doação voluntária.
A falta de sangue, acrescentou, resulta do facto de haver poucos dadores voluntários no município de Catabola, uma realidade que é extensiva a todo o território nacional.
O Hospital Municipal de Catabola atende diariamente uma média de 15 pacientes que necessitam de sangue, por darem entrada com anemia, resultante da malária, de infecções crónicas e acidentes de viação, entre outros traumatismos. Alfredo Pereira assegurou que o hospital tem condições técnicas para receber e conservar a doação de sangue e apelou às pessoas para serem solidárias para com os doentes que precisam deste produto na província do Bié.
As doenças mais frequentes tratadas no hospital são a malária, complicações respiratórias, pulmonares, além de traumatismos derivados de acidentes de viação.
Na quinta-feira última, o Mundo assinalou o Dia Mundial do Dador Voluntário de Sangue, tendo sido divulgado, por ocasião da efeméride, um relatório no qual é acentuado que muitos países africanos estão a melhorar a disponibilidade e qualidade de sangue, de acordo com as resoluções da Assembleia Mundial da Saúde e do Comité Regional sobre Segurança do Sangue.
Numa mensagem, a directora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, afirma que a recolha de sangue a partir de voluntários benévolos e regulares tem sido “mais segura, mais eficaz e mais eficiente do que as doações de substituição provenientes do núcleo familiar”. A quantidade de doações de sangue na região africana subiu entre 2013 e 2016, passando de 3,9 milhões de unidades para 4,5 milhões de unidades, volume que apenas preenche cerca de 50 por cento das necessidades anuais de sangue.
Matshidiso Moeti referiu que, apesar do progresso registado, persistem lacunas importantes em certos países e sub-regiões, incluindo questões relacionadas com a taxa de execução das políticas, coordenação dos serviços do sangue e a legislação. O continente africano ainda está aquém de cobrir as suas necessidades em sangue e a percentagem de unidades do produto colhidas através de dadores do núcleo familiar mantém-se alta.
A directora regional da Organização Mundial da Saúde agradece a todos os dadores voluntários de sangue e encoraja-os a continuarem esta dádiva tão valiosa para garantir existências suficientes de sangue antes da ocorrência de emergências.