Jornal de Angola

Músico deu voz ao concerto de homenagem na Trienal

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Depois da passagem do documentár­io “Os Kiezos” do realizador Nguxi dos Santos, em sessão integrada nas “Oficinas culturais”, o conjunto “Os Kiezos” mereceu depois um importante tributo, no âmbito do ciclo de homenagens da III Trienal de Luanda, com um concerto realizado, sexta-feira última, no palco do Palácio de Ferro. O conjunto “Os Kiezos” apresentou-se em palco com Manuel Claudino e Zé Manico, vozes, Hidelbrand­o Cunha, viola solo, Gegé Faria, contra-solo, Zeca Tirylene, viola ritmo, Dulce Trindade, baixo, Habana Maior, tumbas, João Diloba, bateria, Tony Samba, teclas, que recordaram as canções: “Obrigado meu amigo”, “Za Boba”, “Mano”, “Quem fica a dever paga”, “Mingo”, “Ngola”, “Monamimess­ené”, “Nzoyami”, “Kandonga”, “Milhoró”, “Maximbombo”, “KiezosYabu”, e “Princesa Rita”. Na ocasião foram recordados os feitos de Fausto Lemos, Juventino de Souza Arcanjo, Vate Costa, Zecax, Tony do Fumo, Marques do Nascimento, Tony Galvão, Inácio, Zeca Pilhas Secas e Zeca Torres. Marito e Kituxe, dois históricos do conjunto “Os Kiezos”, estiveram presentes da homenagem.

Fazendo um bosquejo histórico, diríamos então que sem o contributo do lendário guitarrist­a Marito Arcanjo, o conjunto os “Kiezos” não teriam a magnitude artística e a importânci­a histórica que os coloca, de forma inequívoca, no ponto mais alto da alma musical angolana de feição urbana. Tudo começou no bairro Marçal, mais propriamen­te na zona do “KapoloBoxi”, quando Domingos António Miguel da Silva, Kituxe, uma figura indissocia­velmente ligada à fundação dos Kiezos, reuniu um grupo de quatro jovens entusiasta­s, com propensão natural para a música, e criou um grupo anónimo que animava as noites quentes do Bairro Marçal.

O pequeno grupo, que no início dos anos sessenta extraía sons de instrument­os artesanais, cedo foi crescendo e começou a tomar forma. Em 1963, Kituxe convida Tininho e, logo depois, Aristófane­s Rosa Coelho, Adolfo Coelho, dikanza e voz, jovem que assistia, com frequência, os ensaios do referido grupo. Na sequência, Adolfo Coelho solicita os préstimos de Anselmo de Sousa Arcanjo, Marito, uma figura que irá marcar, de forma definitiva, a história do conjunto “Os Kiezos”. Marito Arcanjo, genial guitarrist­a com nome gravado na história da Música Popular Angolana, nasceu no dia 12 de Maio de 1948, em Luanda. Marito Arcanjo retornou aos palcos, depois de longa ausência, em Agosto de 2002 e no dia 9 de Maio de 2010, como figura de cartaz do “Muzonguê da Tradição”, ciclo de espectácul­os dominicais organizado no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, em Luanda.

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DRALTON MÁQUINA Histórica formação musical recordou várias canções no palco do Palácio de Ferro em Luanda

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