Jornal de Angola

Chefe de Estado togolês é o mediador para a crise

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O Presidente do Togo, Faure Essozimna Gnassinbgé, foi convidado a mediar a crise política e institucio­nal que há três anos assola a Guiné-Bissau, anunciou em Lomé o representa­nte especial da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) na Guiné Bissau, ModiboTour­é.

“Contamos com o Presidente FaureGnass­ingbé para poder dar o seu apoio em termos de mediação à crise política e institucio­nal neste país”, disse o diplomata no final de uma visita à capital togolesa.

Eleito presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a 4 de Junho, o Chefe do Estado togolês substitui o antecessor, AlphaCondé, na difícil missão de intervir em diversas crises que abalam a sub-região oeste-africana.

Uma missão do Comité de Sanções das Nações Unidas esteve na semana passada em Bissau para saber da evolução política do país e obter informaçõe­s sobre as sanções impostas depois do golpe militar de 2012 pelo Conselho de Segurança da organizaçã­o.

Além de oficiais militares alvo de sanções internacio­nais, a delegação da ONU manteve encontros com o Chefe de Estado, o presidente do Parlamento, membros do Governo, dirigentes dos partidos com assento parlamenta­r e organizaçõ­es da sociedade civil. A missão da ONU efectuou também um encontro de trabalho com o chamado “P5”, o Fórum que junta os representa­ntes no país do Secretário-Geral da ONU, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana, da CPLP e da União Europeia.

Em Maio, o Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupaçã­o com a prolongada crise política e institucio­nal na Guiné-Bissau e pediu ao presidente do país, José Mário Vaz, para nomear um novo primeiro-ministro, em cumpriment­o do Acordo de Conacri.

O Acordo de Conacri, patrocinad­o pela CEDEAO, prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representa­dos no Parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do Chefe de Estado.

A ONU pediu aos políticos guineenses para colocarem o interesse do povo em primeiro lugar e exigiu para “respeitare­m o compromiss­o de trazer estabilida­de” ao país com um “diálogo genuíno, inclusivam­ente sobre a revisão Constituci­onal”.

A Guiné-Bissau está em crise desde a demissão pelo Chefe de Estado, José Mário Vaz, do então primeiromi­nistro, Domingos Simões Pereira.

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