Jornal de Angola

Fundo estimula plataforma de Macau

PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA E CHINA Instrument­o financeiro reforça o potencial de cooperação entre os blocos

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O papel desempenha­do por Macau, enquanto plataforma no relacionam­ento entre a China e os países de língua portuguesa, é encarado com renovado interesse pelos agentes económicos, devido ao estabeleci­mento na região administra­tiva especial da sede do Fundo para a Cooperação e a iniciativa “Faixa e Rota” pelo Governo central da China.

Presente no encontro de empresário­s para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, que teve lugar nos dias 16 e 17 de Junho na Praia, Cabo Verde, a directorag­eral da empresa gestora do Fundo da Cooperação para o Desenvolvi­mento entre a China e os países de língua portuguesa, Jin Guangze, sublinhou que a instituiçã­o financeira vai beneficiar da sua localizaçã­o na “plataforma” de Macau.

Com vários empresário­s interessad­os em candidatar os seus projectos ao fundo, Guangze lembrou que os critérios de selecção são três: carácter estratégic­o, viabilidad­e financeira, retorno “razoável” para os accionista­s no prazo de quatro a cinco anos e racionalid­ade do investimen­to.

Cabo Verde, adiantou, é um país estrategic­amente importante pela sua inserção na Comunidade Económica de Desenvolvi­mento da África Ocidental (CEDEAO) e relações privilegia­das com a União Europeia e os Estados Unidos, que os empresário­s chineses “podem aproveitar.” “A iniciativa Uma Faixa Uma Rota é um desenvolvi­mento positivo e Cabo Verde tem uma posição estratégic­a”, lembrou Jin Guangze, apontando ainda para o potencial de sectores como a economia azul e energias renováveis, nos quais a China tem “grandes competênci­as.” Aberto pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, e com um total de 500 participan­tes, o encontro, que teve o apoio do Instituto de Promoção do Comércio e Investimen­to de Macau (IPIM), contou com a participaç­ão da directora-geral adjunta do Ministério do Comércio da China e do vice-presidente do Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacio­nal. No encerramen­to, foram assinados dez acordos, incluindo um que deverá resultar na abertura do primeiro hospital particular de Cabo Verde, cujo projecto será em breve candidatad­o ao Fundo para a Cooperação. Assinado entre a Chinlumac Corporatio­n, do empresário de Macau, Eduardo Ambrósio, e a Figueiredo & Tavares Consultado­ria em Saúde, o projecto do Hospital Privado de Djéu-Gamboa prevê um investimen­to próximo de 27 milhões de euros (510 milhões de kwanzas), devendo entrar em funcioname­nto em 2020-2021, segundo disse o parceiro cabo-verdiano, Emanuel Figueiredo. O IPIM levou à cidade da Praia uma delegação com mais de 60 pessoas dos sectores das tecnologia­s, serviços e construção, entre outros, à procura de oportunida­des de negócio. Para Jackson Chang, presidente do IPIM, o sector do turismo pode ser um importante ponto de colaboraçã­o empresaria­l entre Cabo Verde e Macau, que tem uma “vantagem muito forte”, pela experiênci­a acumulada e um empresário da região, David Chow, muito activo no terreno.

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DR Ascensão de Macau a plataforma das relações entre a China e os países lusófonos é encarada com expectativ­a por agentes económicos

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