Banco central prevê subida da inflação
A inflação nos Estados Unidos está relativamente baixa mas deve subir com os salários, uma vez que o mercado de trabalho continua a melhorar, afirmou ontem o presidente do Reserva Federal (Fed) de Nova Iorque, William Dudley, reforçando a mensagem de que os dados fracos recentes não devem afectar os planos de continuar com o aumento dos juros.
As declarações de Dudley, um aliado próximo da presidente da Fed, Janet Yellen, estão entre as que já foram proferidas depois que o banco central dos Estados Unidos aumentou os juros na semana passada diante de uma série de leituras fracas da inflação.
“Esse é na verdade um lugar muito bom para estar”, com desemprego a 4,3 por cento e inflação em cerca de 1,5 por cento, disse Dudley.
“Estamos muito próximos do pleno emprego. A inflação está um pouco mais baixa do que gostaríamos, mas achamos que se o mercado de trabalho continuar a apertar os salários vão gradualmente acelerar e, com isso, a inflação vai gradualmente voltar aos 2 por cento.”
As leituras de preços diminuíram nos últimos meses, levantando dúvidas sobre o plano geral da Fed de elevar os juros mais uma vez antes do final do ano e outras três vezes no próximo ano. A alta da semana passada foi a terceira em seis meses.
Questionado sobre a perda dos rendimentos no mercado de títulos, o que sugere que os investidores estão cépticos de que o ciclo de aperto monetário vai durar muito mais, Dudley disse que travar a política monetária agora pode levantar o risco da inflação subir demais e afectar a economia.
Disse que não vê a movimentação do mercado como um sinal negativo para a economia dos EUA, mas sim como algo que reflecte a inflação e os custos dos empréstimos baixos no estrangeiro.
“Estou muito confiante” de que a expansão económica “tem um longo caminho a percorrer”, disse Dudley, acrescentando esperar que o crescimento dos salários suba para cerca de 3 por cento ao longo do próximo ano ou ainda no que se segue.
A Reserva Federal elevou a taxa de juros na quarta-feira, 14, justificando a decisão com o contínuo crescimento económico dos Estados Unidos e o fortalecimento do mercado de trabalho, e anunciou que começará a reduzir a carteira de títulos este ano.
A decisão elevou a taxa básica de juros em 0,25 pontos percentuais, para a faixa de 1 a 1,25 por cento, com a Fed a prosseguir o primeiro ciclo de aperto em mais de uma década.
Como em Dezembro de 2016 e em Março deste ano, os dirigentes prevêem ainda três elevações de juros neste ano, o que implica mais uma alta até final de 2017.