Defendido mais apoio à população vulnerável
Participantes à Conferência Provincial de Acção Social defenderam, na semana finda, no Uíge, a necessidade do reforço de verbas para aquisição de bens de primeira necessidade destinados à população em condição de vulnerabilidade.
Segundo os participantes, a necessidade de organização de conferências municipais de acção social, para conhecer, reflectir e analisar os principais problemas que afectam as famílias em situação de vulnerabilidade nas comunidades e a promoção de oportunidades de trabalho para os ex-militares, deficientes ou parentes destes, no sector público e privado, devem constar das prioridades do Conselho Provincial de Acção Social (CAPS) ora criado no Uíge.
Recomendaram a continuidade dos trabalhos de identificação, remoção e destruição de engenhos explosivos não detonados, por forma a se evitar acidentes com minas e que seja garantido o acesso à educação e ao emprego de pessoas portadoras de deficiência.
A implementação do novo paradigma de acção social assente na diminuição progressiva do assistencialismo, através do fortalecimento das famílias e das comunidades, evidenciando a necessidade de uma visão multidisciplinar para uma acção multissectorial do Programa de Acção Social, consta das recomendações saídas do encontro.
Os participantes à Conferência Provincial de Acção Social no Uíge recomendaram ainda a criação de serviços de proximidade capazes de promover níveis de participação e engajamento dos cidadãos no processo de desenvolvimento local.
Criação de base de dados
Os participantes à Conferência Provincial de Acção Social concluíram ser prioridade a implementação do sistema de cadastramento social único, que visa recolher informações sobre o fenómeno da pobreza, situações de vulnerabilidade e risco social dos indivíduos, famílias e comunidades locais, de forma a evitar-se a duplicidade de programas, bem como dos dados sobre os beneficiários e benefícios.
Que os actores sociais reconheçam que a exclusão e a pobreza são fenómenos essencialmente estruturais, que encontram a sua razão de ser não apenas em motivos de ordem pessoal, mas também no fraco alcance dos serviços. Participaram na conferência várias personalidades de instituições públicas de nível nacional e provincial, das administrações municipais, instituições académicas, organizações da sociedade civil, igrejas, associações empresariais, autoridades tradicionais, entidades religiosas, além de activistas sociais, agentes de desenvolvimento comunitário e sanitário e representantes de algumas organizações internacionais.