Realçado significado do evento religioso
CONGRESSO EUCARÍSTICO Segundo o enviado do Papa os participantes ficaram mais esclarecidos e convictos
O enviado do Papa Francisco e patriarca de Lisboa, Dom José Manuel Clemente, realçou o sucesso do I Congresso Eucarístico que durante sete dias decorreu na cidade do Huambo.
Na missa solene que marcou o encerramento do evento, Dom José Manuel Clemente disse que nas “celebrações de catequeses e diálogos desses dias, muitas palavras ressoaram, pois não faltaram proclamações e referências às Sagradas Escrituras”, como repositório que “os nossos antepassados reconheceram como comunicação de Deus” ao seu povo.
“Não vamos sós, porque Jesus ressuscitado vai connosco sempre. Partiremos daqui mais esclarecidos, mais convictos do que é o cristão sempre original e motivador. Jesus ressuscitado aproxima-se de nós, pois a sua ressurreição possibilita agora uma presença universal, activa e constante. Faz-nos testemunha jubilosa da sua companhia”, disse.
O patriarca de Lisboa referiu que “quando nos reunimos em nome do Senhor, quando ouvimos a sua palavra de coração disponível e bom entendimento, pode ser um versículo, uma parábola, uma alusão, fazemo-nos acreditar e motivar uma autêntica comunhão.”
Referiu que o evangelho de Emaús é a vida dos cristãos de reencontro constante com o Senhor Jesus, especialmente quando ouvem o que ele fala através das escrituras e da eucaristia.
Pediu aos fiéis que interpretem esta mesma luz com os acontecimentos do I Congresso Eucarístico Nacional de Angola. “Interpretai até o que se passa convosco, de comunidade à comunidade neste grande e promissor país e no excelente povo que sois”, salientou.
“Como cristão, sois testemunhas de um Deus próximo, que em Cristo ressuscitado se aproximará de vós, todos os dias, até ao fim dos tempos. Ele próprio é o fim do tempo, pois nos abre para a eternidade, escutando e guardando a sua palavra, arderá no vosso coração uma chama vida de amor indestrutível e expansivo”, disse.
“Reconhecereis na celebração eucarística o sinal constante da sua vida partilhada e nunca mais deixareis de anunciar a sua Páscoa premissa da Páscoa do mundo inteiro, quando com ele tudo passar definitivamente para o pai”, reforçou o legado do Papa.
O cardeal felicitou a todos que trabalharam para que o congresso acontecesse, sobretudo aos católicos do Huambo e das demais dioceses de Angola e às autoridades do Governo pelo apoio prestado.
Concelebraram a missa de encerramento do congresso o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Filomeno Vieira Dias, e o arcebispo do Huambo, Dom José de Queirós Alves.
O evento contou ainda com a presença do presidente do Pontifício Comité para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Monsenhor Piero Marini, do Núncio Apostólico em Angola, Dom Petar Ragic e mais de 800 mil pessoas entre, bispos, sacerdotes, religiosos, leigos e peregrinos, oriundos das 18 províncias de Angola.
Participaram no acto, que decorreu na Praça São João Paulo II, a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, o governador do Huambo, João Baptista Kussumua e deputados.
O I Congresso Eucarístico visou saudar a celebração dos 150 anos da segunda fase da evangelização, iniciada com a chegada dos padres da Congregação do Espírito Santo em 1867 e dos 525 anos dos primeiros baptismos.
O evento iniciou com um simpósio, realizado de 12 a 14 e que contou com a participação de 500 delegados, entre arcebispos, bispos sacerdotes, religiosos e leigos.
O simpósio analisou questões como “A evangelização em Angola”, “A nova evangelização”, “O evangelizado evangeliza, perspectiva para Angola” e “Evangelização, eucaristia e reconciliação”.
Durante o congresso que decorreu sob o lema, “Hoje Angola é Emaús”, realizaram-se catequeses sobre “Eucaristia, como mistério acreditado, como mistério celebrado e como mistério vivido”, “Missão e participação do leigo na evangelização”, “Reconciliação nos documentos do magistério da Igreja” e abordagem sobre “A reconciliação nacional efectiva”.