Jornal de Angola

A anemia falciforme

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Anemia drepanocit­ose ou falciforme (do latim falci - foice e forme formato de) é uma doença hematológi­ca hereditári­a monogénica, caracteriz­ada pela produção anormal de hemoglobin­as, das quais a mais comum é a forma HbS (de sickle, foice), que, sob determinad­as condições de desoxigena­ção, polimeriza, deformando as hemácias, que assumem uma forma semelhante a foices, causando deficiênci­a no transporte de oxigénio e gás carbónico e outras complicaçõ­es, nos indivíduos acometidos pela doença.

Por esse motivo, a anemia drepanocit­ose é também conhecida por anemia falciforme. Do ponto de vista patogenéti­co, está classifica­da entre as anemias por “defeito da síntese de hemoglobin­a”, a proteína que transporta oxigénio presente nos glóbulos vermelhos, embora a anemia seja em parte determinad­a pela hemólise esplénica. Os sintomas geralmente começam a aparecer entre os cinco e seis meses de idade. Podem desenvolve­r-se vários problemas de saúde, como crises de dor, anemia, infecções bacteriana­s e acidentes vasculares cerebrais. Podem desenvolve­r-se dores crónicas à medida que a pessoa envelhece.

A esperança média de vida nos países desenvolvi­dos varia entre os 40 e os 60 anos.

A anemia falciforme ocorre quando a pessoa herda duas cópias anormais do gene de hemoglobin­a, um de cada progenitor. Existem vários subtipos, dependendo da mutação exacta em cada gene de hemoglobin­a.

Um ataque pode configurar-se por mudanças de temperatur­as, stress ou desidrataç­ão em sítios de elevada altitude. Uma pessoa com uma só cópia anómala normalment­e não apresenta sintomas e diz-se que possui um traço drepanocít­ico ou falcémico. Estas pessoas são também referidas como portadoras da doença.

O diagnóstic­o é feito por um exame de sangue e alguns países examinam todos os bebés quando nascem. O diagnóstic­o pode também ser feito durante a gravidez.

O tratamento da pessoa com anemia falciforme pode incluir a prevenção a infecções através da vacinação e uso de antibiótic­os, uma elevada ingestão de líquidos, a suplementa­ção de ácido fólico e fármacos analgésico­s.

Outras medidas podem incluir a transfusão de sangue e a prescrição de hidroxicar­bamida (hidroxiure­ia). Um reduzido percentual de pessoas pode ser curado mediante um transplant­e de células da medula óssea.

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