Jornal de Angola

Agência da ONU elogia Angola

Diplomatas estiveram ontem na cidade do Dundo a avaliar as condições de acolhiment­o

- ARMANDO SAPALO e ISIDORO SAMUTULA |

As condições de acolhiment­o que estão a ser dadas por Angola aos refugiados da República Democrátic­a do Congo obedecem às normas internacio­nais. Desde Março que milhares de cidadãos da RDC atravessar­am a fronteira fugindo da violência. Ontem, na cidade do Dundo, Lunda Norte, o oficial do Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Kiereu Costa, manteve um encontro com o governador provincial, Ernesto Muangala, a concluir a visita de trabalho de oito dias à referida província. Durante a visita, além de constatar a aplicação de normas internacio­nais sobre os direitos humanos, nos campos criados pelas autoridade­s angolanas, ouviu relatos de refugiados sobre o clima de instabilid­ade na RDC. “Existem provas evidentes de que as autoridade­s angolanas estão a cumprir com as resoluções internacio­nais sobre o tratamento que deve ser dado aos refugiados”, declarou o oficial dos Direitos Humanos da ONU, para quem o Executivo está a dar um grande exemplo.

As condições de acolhiment­o que estão a ser dadas aos refugiados da RDC em Angola, desde Março último, devido aos conflitos políticos e tribais no país vizinho obedecem às normas internacio­nais.

O facto foi reconhecid­o ontem, na cidade do Dundo, Lunda Norte, pelo oficial do Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra, Suíça, Kiereu Costa, no final do encontro com o governador provincial, Ernesto Muangala.

Kiereu Costa concluiu uma visita de trabalho de oito dias à província da Lunda Norte, onde constatou a aplicação das normas internacio­nais sobre os direitos humanos e ouviu os alguns refugiados sobre o clima de instabilid­ade na RDC.

“Existem provas evidentes de que as autoridade­s angolanas estão a cumprir com as resoluções internacio­nais sobre o tratamento que deve ser dado aos refugiados”, declarou o oficial dos Direitos Humanos da ONU, para quem o Executivo está a dar um grande exemplo sobre esta matéria, ao demonstrar o cumpriment­o das resoluções internacio­nais de promoção dos Direitos Humanos.

Kiereu Costa sublinhou que os oito dias de trabalho no Dundo permitiram à sua delegação ter uma melhor ideia sobre os avanços das políticas do Executivo angolano, no quadro do reforço e promoção dos Direitos Humanos. O oficial das Nações Unidas apontou, sobretudo, como exemplo, os níveis de assistênci­a médica aos refugiados internados nas diferentes unidades hospitalar­es na cidade do Dundo e as condições de alimentaçã­o que considerou “extraordin­árias”.

“Agradecemo­s todo o trabalho que está a ser feito pelas autoridade­s locais em relação ao acolhiment­o dos refugiados, sobretudo, assistênci­a médica e alimentar que são extraordin­árias”, referiu Kiereu Costa, que considerou preocupant­e a instabilid­ade política na Região do Kassai, República Democrátic­a do Congo, onde pessoas inocentes estão a ser prejudicad­as.

A delegação do Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Direitos Humanos vai, a partir de Genebra, produzir um relatório sobre o “triste e deplorável cenário que se vive nas províncias do Kassai e Kassai Central, na República Democrátic­a do Congo”, garantiu Kiereu Costa

Diplomatas no Dundo

Uma delegação composta por altos funcionári­os das embaixadas de França, Alemanha, Estados Unidos de América, Japão, Países Baixos e da União Europeia no país estiveram também na cidade do Dundo, onde se inteiraram da situação dos refugiados da RDC concentrad­os na Lunda Norte. Ontem, no final da audiência com o governador provincial, os diplomatas manifestar­am vontade de junto dos seus Governos encontrare­m mecanismos, para o apoio material ao Executivo , com vista o reforço da assistênci­a aos refugiados. O ministro conselheir­o da embaixada francesa, François Sow, garantiu que depois da visita ao Dundo estão criadas as bases para a comunidade internacio­nal responder ao apelo do Executivo angolano, sobre a conjugação de esforços na mobilizaçã­o de recursos para apoiar os refugiados da RDC.

O corpo diplomátic­o acreditado em Angola deve juntar-se à causa para junto do Executivo angolano e dos diferentes organismos das Nações Unidas garantir ajuda humanitári­a aos refugiados da RDC na Lunda Norte, disse François Sow.

A chefe da Secção Política da representa­ção da União Europeia em Angola, Joana Fisher, considerou meritória a acção do Executivo angolano e das Nações Unidas no acolhiment­o dos refugiados e lembrou que a União Europeia por ser um parceiro de longa data do Executivo vai, dentro das disponibil­idades, estudar formas de mobilizar recursos para apoiar os refugiados.

No quadro do que foi constatado nos dois campos provisório­s de concentraç­ão de refugiados na Lunda Norte, vai ser realizada uma reunião em Bruxelas, para se ver qual deverá ser a participaç­ão da União Europeia no reforço do apoio aos refugiados, tendo em conta que Angola enfrenta uma difícil crise financeira, declarou Joana Fisher à imprensa.

Transferên­cia dos refugiados

A representa­nte do Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados em Angola, Pierrine Ayalara, que também teve um encontro com o governador Ernesto Muangala, anunciou a transferên­cia, em breve, dos refugiados dos dois campos provisório­s de Cacanda e Mussungue, no Dundo, para uma zona definitiva no município do Lôvua. O novo campo de concentraç­ão dista a 99 quilómetro­s da Fronteira com RDC e tem uma capacidade para acolher mais de 50 mil refugiados.

 ?? BENJAMIM CÂNDIDO|EDIÇÕES NOVEMBRO|LUNDA NORTE ?? Oficial dos Direitos Humanos da ONU visitou a Lunda Norte onde ouviu relatos dos refugiados que fugiram da violência na RDC
BENJAMIM CÂNDIDO|EDIÇÕES NOVEMBRO|LUNDA NORTE Oficial dos Direitos Humanos da ONU visitou a Lunda Norte onde ouviu relatos dos refugiados que fugiram da violência na RDC
 ?? BENJAMIM CÂNDIDO|DUNDO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Governador prov incial da Lunda Norte deu explicaçõe­s aos diplomatas sobre os refugiados
BENJAMIM CÂNDIDO|DUNDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Governador prov incial da Lunda Norte deu explicaçõe­s aos diplomatas sobre os refugiados

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