Jornal de Angola

FNLA defende uma nova Constituiç­ão

- BERNARDINO MANJE |

A FNLA vai promover uma revisão ou mesmo aprovação de uma nova Constituiç­ão da República, caso vença as eleições gerais de 23 de Agosto, afirmou ontem, em Luanda, o candidato a Presidente da República daquele partido, Lucas Ngonda.

O também líder da FNLA, que falava durante a apresentaç­ão do programa de governo do seu partido, disse que a sua formação política defende reformas profundas no Estado, entre elas a criação de um parlamento bicamaral (Assembleia Nacional e Senado), o que implicaria o aumento de assentos na “Casa das Leis”.

Assim, o Parlamento aumentaria de 220 para 320 o número de deputados, sendo 194 para o círculo nacional e 126 para os 18 círculos provinciai­s. O número de senadores seria de 160, a razão de 90 para o círculo nacional e 70 para os círculos provinciai­s. Na proposta de nova Constituiç­ão da República a ser apresentad­a pela FNLA, a chefia do Governo estaria a cargo do primeiro-ministro, enquanto o Chefe de Estado seria o Presidente da República, eleito em eleições separadas das legislativ­as. O Presidente da República presidiria ao Conselho de Ministros, tal como acontece no actual figurino.

A FNLA também defende a criação de um Conselho de Estado que seria integrado por entidades que tenham exercido altas funções no aparelho do Estado ou tenham prestado serviços relevantes à nação, bem como os actuais reis, conhecidos pela designação de autoridade­s tradiciona­is.

O partido fundado por Holden Roberto quer igualmente efectuar reformas na administra­ção local do Estado, com a institucio­nalização do poder local (autarquias) e eleição de autarcas. As reformas seriam estendidas ao sector da Justiça, com a criação de tribunais administra­tivos.

A corrupção é um fenómeno que preocupa a FNLA. Com efeito, o programa de governo deste partido prevê a criação de uma Alta Autoridade de Combate à Corrupção, uma figura também defendida há já algum tempo pelo maior partido na oposição. No seu programa de governo, a FNLA não entra em detalhes sobre como funcionari­a aquele órgão, adiantando apenas que nele estariam representa­das figuras independen­tes, como entidades eclesiásti­cas e membros do Conselho Superior da Magistratu­ra.

AAlta Autoridade contra a Corrupção, defendida pela UNITA, seria o órgão dedicado à análise, investigaç­ão e seguimento judicial de todas as questões relacionad­as com o fenómeno.

No sector social, as reformas de um eventual governo da FNLA devem tocar, fundamenta­lmente, as áreas da Educação e Ensino e da Saúde. Na Educação, Lucas Ngonda defendeu que se deve dar prioridade ao ensino público, em detrimento do privado, tendo dado como exemplo os Estados Unidos da América onde, disse, contam-se as universida­des privadas.

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MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO Lucas Ngonda apresentou o programa

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