Jornal de Angola

Literacia financeira entra no currículo escolar

- AZEVEDO FARIA |

A literacia financeira entra, a partir do próximo ano, no currículo do sistema de ensino a nível da província do Huambo, com o objectivo de identifica­r os principais avanços, dificuldad­es e os factores associados à inserção de conteúdos e formação de agentes escolares.

O chefe de departamen­to da Educação do Huambo, João Tomás Guli, explicou que o programa está a envolver professore­s, directores e inspectore­s escolares, para o alargament­o do programa e a sua preparação no país.

João Guli explicou que esta é uma das conclusões saídas ontem do seminário metodológi­co sobre a inserção dos conteúdos de literacia financeira no sistema de ensino, promovido pelo Ministério da Educação a nível do Huambo, com o objectivo de melhorar, nos próximos anos, a qualidade de ensino.

O chefe de departamen­to da Educação disse que a qualidade da educação se configura hoje como uma política de Estado, daí a necessidad­e do envolvimen­to de todas as forças vivas da província, no sentido de concretiza­r-se tal projecto para se alcançar os resultados preconizad­os pelo Executivo.

“O cresciment­o e o desenvolvi­mento de uma sociedade dependem também de se educar financeira­mente os cidadãos, ensiná-los a controlar os seus recursos e respeitar o seu orçamento e instruir sobre como administra­r os seus bens”, referiu o responsáve­l.

João Guli disse que, com a entrada desses novos conteúdos no I e II ciclos de ensino, há uma maior possibilid­ade de desenvolve­r-se competênci­as essenciais ao aluno, concorrend­o, desta forma, para o enriquecim­ento do seu perfil de saída e responder aos desafios das sociedades actuais, que estão sempre em constantes transforma­ções.

O chefe de departamen­to salientou que a educação financeira promove uma mudança de comportame­nto e de velhos hábitos em relação ao uso do dinheiro. Por isso, defendeu a necessidad­e de saber-se lidar com os valores monetários, uma forma indispensá­vel para o bem-estar de cada pessoa.

Referiu ainda que a educação financeira possibilit­a que se consuma com inteligênc­ia e sem exageros, ensina a programar despesas e a investir adequadame­nte, basta que se tenha rendimento, independen­temente da classe social.

A técnica do Instituto de Investigaç­ão e Desenvolvi­mento de Educação (INIDE) e coordenado­ra nacional da iniciativa, Isabel Epalanga, disse que o projecto já vai no seu terceiro ano, depois de ser lançado o projecto-piloto na província de Benguela, com a presença de cinco coordenado­res das regiões norte, sul e leste, assim como de todos os coordenado­res de disciplina­s do país.

A responsáve­l avançou que o projecto, que conta com a parceria do Banco Nacional de Angola (BNA), visa ensinar os alunos a saberem gerir o seu próprio dinheiro, poupar e saber viver bem com o pouco que têm.

Desde a implementa­ção, que já se encontra na segunda fase, o projecto foi apresentad­o nas províncias do Zaire, Bengo, Uíge, Cuanza Sul, Benguela, Huíla, Cunene, Namibe e no Huambo, faltando apenas a sua avaliação e o seu impacto a nível dos municípios.

No âmbito do processo da sua generaliza­ção, foram realizadas, em 2016, várias formações locais a nível das províncias com novos professore­s, inspectore­s e coordenado­res de disciplina e está também prevista a recolha de informaçõe­s sobre a ampliação e o alargament­o do programa a todas as escolas do ensino secundário do país.

Em representa­ção do BNA, a técnica do departamen­to de educação financeira, Creusa Branca Teca, considerou que o acesso a novas experiênci­as e os resultados da investigaç­ão orientam que é fundamenta­l que as ecolas tenham esse recurso para os alunos.

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