Companhia apresenta “(Des)construção”
Os espectáculos têm a participação especial da coreógrafa Mónica Anapaz
“(Des)construção” é a denominação do espectáculo da Companhia de Dança Contemporânea que estreia amanhã, às 19h30, e é exibido até 27 do corrente mês no Camões Centro Cultural Português, em Luanda.
O espectáculo pretende ser uma reflexão sobre a inevitabilidade de uma África renovada que encontra nos seus distintos processos de “(des)construção”, o caminho para o progresso, explica em comunicado o Centro Cultural Português.
O comunicado refere que este trabalho livre de preconceitos procura recuperar e reorganizarem diferentes situações cénicas um património cultural tradicional sem esvaziar a sua essência, propondo num diálogo entre o antigo e o novo outros universos onde a ressignificação é utilizada como proposta para a continuidade.
Esta nova criação, diz o comunicado, é também um alerta para as fragilidades decorrentes da falta de um conhecimento profundo e consequente desvalorização do diversificado património herdado.
Os bilhetes para o espectáculo estão a ser comercializados no local ao preço de cinco mil kwanzas. “(Des)construção”, com direcção artística de Ana Clara Guerra Marques, tem a participação especial da coreógrafa Mónica Anapaz, natural de Luanda, que iniciou em 1980 os seus estudos em dança na escola de dança da extinta Secretaria de Estado da Cultura. Em 1995 ela concluiu o curso de dança no ramo de espectáculo na Escola Superior de Dança de Lisboa (ESD). Exerce regularmente como bailarina desde 1990 e iniciou-se como coreógrafa em 1993 com as peças “Os Espíritos e a Terra”, “Correndo”, seleccionado para o festival de “Jonge Dans 3” em Roterdão (Holanda), “4 Para 5” e “Momentos”. Mónica Anapaz participou em estágios profissionais e espectáculos realizados no interior e exterior de Angola, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Camarões, Madagáscar, Portugal, Inglaterra e Holanda. Tem trabalhado com vários coreógrafos e mestres de dança entre os quais Ana Clara Guerra Marques, Cristina Graça, Fernando Crespo, Jane Vandeyk, Diane Gray, Xavier Lot, Iréne Tassembédo, Germaine Acogny, Frederic Lazzarelli, Bellecroix e Catherine Cordier. Em 1996, integrou a Companhia de Dança Contemporânea (CDC) como bailarina, coreógrafa e professora de composição coreográfica e em 1999 foi co-fundadora da Companhia DANÇARTE, da qual é directora artística, coreógrafa e bailarina.
Entre as suas principais obras coreográficas e direcção artística de espectáculos destacam-se: “Momentos”, “Agora não dá, estou a bumbar!”, uma co-criação com Ana Clara Guerra Marques e Bruno Augusto,“Insólito”, “?...?”, “Escrita a três dimensões”, co-criação com Rita Oliveira, “O Cativeiro”, “Solos, Duetos e Quartetos”, “Performances Mutantes”, “375.8 código de referência”, “Tríptico”, “Passagens”, “O apartamento”, “O Comboio parte à 5ª feira”, “Noite das mil e uma artes”, “Triagens”,“Mutações” e “Kikadilu”, “T1”.
Foi professora de composição coreográfica na Escola Nacional de Dança do Ministério da Cultura, colaborando em paralelo com outras instituições na qualidade de professora de técnicas de dança. Em 2010, numa colaboração com a Companhia EDIT de Irène Tassembédo integra no Burkina-Faso, como bailarina solista, a peça “Triptyque (Mousso-Sirakan-Lacrima)”, desta coreógrafa. Entre Junho de 2010 e Setembro de 2013, trabalhou no “Centre de Danse du Marais”,em Paris, como professora de dança afro-moderna e de dança contemporânea africana, participando ainda como bailarina convidada em trabalhos de alguns coreógrafos, nomeadamente na coreografia de Catherine Cordier integrada no festival Cirque d’Hiver.
A Companhia de Dança Contemporânea de Angola, à qual se deve a grande transformação do panorama da dança em Angola, foi fundada em 1991, é membro do Conselho Internacional da Dança da UNESCO, possui um historial de centenas de espectáculos apresentados em Angola e no exterior, com dezenas de obras originais, sendo hoje a referência da dança cénica angolana no mundo.