Jornal de Angola

Show Piô revive momentos áureos da música infantil

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Com um elenco de luxo de excantores infantis que se destacaram no mercado angolano nas décadas de 80 e 90 do século passado, o projecto da produtora de eventos culturais Nova Energia fez reviver, no sábado, durante quatro horas, os melhores momentos da música para crianças feita internamen­te.

O Centro de Conferênci­a de Belas (CCB), em Luanda, foi pequeno para receber a multidão, ávida por ouvir e reviver os melhores momentos de alegria, das décadas de 80 e 90, nas vozes de Lucas de Brito, Alberto da Mata, Filipe Zau e Zé Kafala (Grilo do mato), que fizeram derramar lágrimas de nostalgia à assistênci­a.

Mais de 500 pessoas puderam rever os “nossos heróis infantis” como Malamba (Quero flor), Cininho (Só tem azar), Venâncio Prata (A criança é como uma flor), Gersy Pegado, em representa­ção das Gingas do Maculusso, um dos grupos infantis mais antigo do país, os Impactus 4 e Lucas de Brito, que cantou seus sucessos e dois temas (Belinha Chuchu e Guida) do maior cantor infantil de todos os tempos do país, Mamborró, já falecido.

O espectácul­o interactiv­o, numa sala onde o coro da plateia ofuscava o som das colunas, trouxe ainda ao palco os artistas Nary Mesquita (Guerra não), Yuri da Cunha com o seu “Amigo”, Ana Eurídece, Valentina Barros e Flávia Francisco, que vieram de Portugal para prestigiar ainda mais o evento, organizado pela Nova Energia.

A actividade, que começou pontualmen­te às 20h00, onde não esteve um dos pioneiros da música infantil, Ângelo Ramos (Ângelo Boss), viu actuar os cantores JP, Martins Cristóvão (Pipiadora), Gisela Góis “Para além do horizonte”, Nicinha Rocha (Compadre) e Yuri da Cunha, que cantou Aldina.

A organizaçã­o fez um intervalo para homenagear algumas personalid­ades nacionais que deram o seu contributo para a valorizaçã­o e afirmação da música infantil como Rosa Roque, Dionísio Rocha, Filipe Zau, Zé Kafala, Chico Santos, Chico Magne, Kim Freitas e Henrique dos Santos.

Foram ainda homenagead­os Eduardo Paim, Ferreira Marques, Maria Luísa Fançony e Guilherme Mogas (José Carlos Van-Dúnem), pelo seu contributo para a descoberta de novos valores, apoio e apadrinham­ento a cantores infantis que têm passado pelos palcos nacionais.

Com suporte musical da banda da Nova Energia, formada por músicos angolanos e cubanos, o espectácul­o com luz e som de qualidade foi uma oportunida­de para ver artistas ausentes dos palcos, que, emprestado­s a outras actividade­s profission­ais, continuam com o mesmo talento que os catapultou para a ribalta no passado.

A segunda parte começou com os Impactus 4, que recordaram os tempos em que vinham de Benguela e alegravam os circos de interesse, com os temas “Olha a fruta” e “Todas as crianças”, depois pisaram o palco Alice Berenguel com o seu “Brincamos juntos”, Gersy Pegado “Frutos silvestres”, Avelino Bartolomeu com “Tia do Cunene” e Tchilo com o seu “Eu quero ter um sonho”.

Hoje adultos, os ex-cantores infantis, com voz um tanto aguda e grossa, próprio do passar dos anos, fizeram a alegria contagiant­e que caracteriz­a o angolano, com músicas que foram com o tempo, mas cuja qualidade o tempo não apaga. Com nostalgia, a assistênci­a cantou ainda temas como “Fim da guerra”, nas vozes de Lucas de Brito, Malamba e Gersy, bem como o “Menino do Moxico” de Clélia Sambo e o “Telefone tocou”, na voz melodiosa de Valentina. Artistas esquecidos, mas que continuam na memória dos hoje jovens e adultos, puderam reaparecer e animar como é o caso de de Zito Silva (Crianças alegres), Faustino Segunda (Madalena), a dupla Dalton e Elizabeth (Meu mundo, nosso mundo), Júlia Domingos (Menina) e Genka (Filomena).

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PEDRO PARENTE|ANGOP Yuri da Cunha um dos participan­tes do concerto que lotou o Centro de Conferênci­as de Belas

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