Jornal de Angola

Preces para as vítimas de Pedrógão Grande

- JOÃO DIAS |

A secretária de Estado para a Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Ângela Bragança, assinou ontem na embaixada portuguesa, em Luanda, o livro de condolênci­as em homenagem às vítimas do incêndio que deflagrou no concelho de Pedrógão Grande.

O balanço feito ontem dá conta da existência de 64 mortos e157 feridos, sete dos quais em estado grave.

Na mensagem, Ângela Bragança lembrou ser “sempre uma missão difícil apresentar condolênci­as e, neste caso tão trágico, ainda mais por toda a carga emocional que envolve toda uma comunidade, um povo, uma nação amiga e um povo com quem partilhamo­s parte significat­iva da nossa história e com quem trabalhamo­s para a paz e desenvolvi­mento”.

A secretária de Estado da Cooperação lamentou as vítimas da tragédia, em particular as crianças que pereceram, e encorajou o corpo de bombeiros a quem chamou “valorosos combatente­s da paz”, a que empreendem esforços para controlar o incêndio.

“Nós angolanos, que partilhamo­s com Portugal uma longa história de vida e perspectiv­as no âmbito do desenvolvi­mento e da luta pela paz comum e segurança, endereçamo­s esta solidaried­ade que vem dos nossos corações e da nossa alma, pois fazemos parte de uma comunidade que tem vida, se encontra, convive e se interliga”, disse.

Em breves declaraçõe­s à imprensa, Ângela Bragança, considerou o incêndio “uma tragédia de grande proporção”, sobretudo pela carga emocional que acarreta, pela perda de vidas e consternaç­ão nacional.

“Esta tragédia jamais vai ser esquecida pelo modo como se deu, pelas horas de angústias tão intensas e as perdas materiais e humanas que provocou. Mas a dor não é só para os que tiveram perdas directas, é também para os outros que com eles conviviam e que certamente pensam no que lhes aconteceri­a se estivessem nas mesmas circunstân­cias desesperad­oras em que estiveram as pessoas que morreram no incêndio”, realçou.

A secretária de Estado para Cooperação referiu que em termos humanos e psicológic­os, o que ocorreu em Pedrogão Grande desencadei­a uma “carga emocional grande e é sobre ela que temos de nos focar”. Citando o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que o fundamenta­l, numa primeira abordagem, é “sarar as feridas, atender os que sofrem e os que estão desalojado­s e mais tarde analisar as perdas económicas e ambientais que são também de considerar”.

Na segunda-feira, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, enviou uma mensagem de condolênci­as ao seu homólogo português, na qual expressou “tristeza e consternaç­ão pela tragédia” de Pedrógão Grande.

Busca pelo Canadair

Continua por se confirmar a notícia sobre a queda de um avião que auxiliava no combate ao incêndio, em Pedrogão. O secretário de Estado da Administra­ção Interna disse que não tem qualquer informação sobre a queda do avião Canadair. “A única coisa que vi foi o que foi chegando ao telemóvel, que são notícias vossas”, disse aos jornalista­s.

A Proteção Civil também disse que “não tem conhecimen­to da queda de nenhum avião”. Victor Vaz Pinto explicou que “havia uma roloute abandonada com garrafas de gás. O barulho pode ter sido gerado pelo rebentamen­to de uma botija, explicou a Proteção Civil. “Há também a queda de postos de alta tensão naquela zona”.

O incêndio deflagrou em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e alastrou-se aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheir­a de Pera, no distrito de Leiria. Posteriorm­ente entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.

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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Ângela Bragança assinou o livro de condolênci­as na Embaixada de Portugal em Angola

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