SUL-AFRICANOS NA TERRA DO PROGRESSO Empresários apostam na produção alimentar
americanos para a produção de carne, leite, ovos, milho e frutas em grande escala.
Depois de um encontro, o Governo Provincial do Cuando Cubango conduziu o grupo de empresários para uma área de 78 mil hectares de terras aráveis na localidade de Liapeca, a cerca de 30 quilómetros da cidade de Menongue e, até à data presente, aguardam com ansiedade a entrega do referido espaço para o arranque dos trabalhos.
Gilberto Pinto Chikoti disse que, depois que deixaram a província, os investidores namibianos e sulafricanos não param de ligar ao consulado para saber em que pé se encontra a tramitação dos documentos para a cedência do referido espaço uma vez que o dinheiro, ou seja, os cerca de 200 milhões de dólares americanos, para este fim continua inactivo nos bancos.
Os empresários já têm preparada grande parte dos equipamentos agrícolas para instalarem as suas fazendas no Cuando Cubango e questionam o consulado qual a razão da demora, da parte do governo provincial, em responder à solicitação.
Os mesmos pretendem investir na província do Cuando Cubango, porque esta região tem um potencial, em termos de recursos hídricos e terras aráveis, fundamental para se desenvolver projectos agroindustriais de referência.
As condições para se praticar agricultura na Namíbia, Zâmbia, África do Sul, Botswana e em outros países, a nível do continente africano, não se comparam com as que existem no Cuando Cubango que oferece excelentes oportunidades para a implementação de imponentes projectos agropecuários e industriais.
Atracção fiscal
Outro motivo de atracção dos empresários namibianos e sul-africanos em querer investir, nesta região do sudeste de Angola, prendese com a legislação angolana que estabelece um período de carência de 15 anos para aquelas empresas que efectuarem investimentos acima de um milhão de dólares americanos.
Este tipo de incentivo fiscal agradou aos investidores estrangeiros que tudo fazem para exercerem actividade empresarial no Cuando Cubango, aos quais já se passou a mensagem de que a província está aberta para todo o tipo de investimento, com realce para os sectores agropecuário, florestal, mineiro e turístico.
Na visão do cônsul-geral de Angola no Rundu, os vários empresários vêem os investimentos no Cuando Cubango como uma oportunidade de se desenvolver ainda mais a região, quer na criação de centenas de postos de trabalho, quer na melhoria da dieta alimentar das famílias e das estradas, esta última que constitui a principal dor de cabeça, quanto à circulação de pessoas e mercadorias na parte leste e sul da província.
Além das fazendas que vão ser instaladas, os empresários pretendem criar condomínios habitacionais que vão contar com com serviços sociais básicos.
Criação de cooperativa
Gilberto Pinto Chikoti anunciou que o consulado está a trabalhar em colaboração com o Ministério da Agricultura para a criação de uma cooperativa agrícola no município do Cuangar, com uma extensão de dois mil hectares, para atender ao pedido da comunidade angolana no Rundu, que, confrontada com a escassez de recursos financeiros, pretende desenvolver actividades agrícolas.
Esta iniciativa, disse, visa minimizar a situação de extrema pobreza em que muitos cidadãos angolanos vivem no Rundu, bem como incentivar os mesmos a regressarem ao país. Fez saber que o consulado controla neste momento mais de 50 mil angolanos nas regiões do Kavango Este, Oeste, Zambezi e Otjozondjumpa e que muitos não voltaram até hoje a Angola por falta meios de subsistência.