Moscovo prepara retaliação
O Governo russo está a considerar “medidas retaliatórias” em resposta às mais recentes sanções dos EUA contra a Rússia devido ao seu papel na Ucrânia, informou ontem o Kremlin, um dia depois de Washington anunciar sanções a Moscovo “pelo seu presumível apoio aos rebeldes separatistas na Ucrânia e pela anexação da Crimeia.”
“Não é preciso dizer que o princípio de reagir a sanções é a reciprocidade. Diferentes variantes de sanções (da Rússia) agora estão a ser formuladas e propostas”, disse o porta-voz do Kremlin.
Dmitry Peskov não descartou um encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, nos bastidores da cimeira do G20 a realizar-se na Alemanha no próximo mês, mas referiu que “nada de concreto foi acordado até agora.”
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, criticou duramente a decisão de Washington. “Não posso dizer nada, excepto que lamento a obsessão russófona dos nossos colegas [americanos], que supera todos os limites”, declarou.
Os EUA anunciaram na terçafeira um reforço das sanções impostas à Rússia “pelo seu presumível apoio aos rebeldes separatistas na Ucrânia e pela anexação da Crimeia”, no dia em que Petro Poroshenko, o Chefe do Estado ucraniano, iniciou uma visita oficial a Washington.
As sanções, noticiou a agência de notícias Reuters, visam 38 indivíduos e entidades na Ucrânia, dois responsáveis governamentais russos e uma dúzia de indivíduos e organizações que operam na Crimeia, de acordo com o Departamento do Tesouro norteamericano, ministério encarregado das sanções financeiras.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, explicou que estas medidas “vão manter a pressão sobre a Rússia para encontrar uma solução diplomática.” As sanções norte-americanas contra a Rússia relacionadas com a situação no leste da Ucrânia, esclareceu, “vão manter-se até que a Rússia honre os compromissos assumidos nos acordos de Minsk”, ou seja, “só vão ser levantadas quando a Rússia terminar a ocupação da península.”
O Presidente Donald Trump recebeu na terça-feira, na Casa Branca, o seu homólogo ucraniano no momento em que a sua Administração anunciava o reforço das sanções contra a Rússia.
Washington e os seus aliados europeus, que impuseram um pacote de sanções à Rússia, pedem a aplicação dos acordos de Paz de Misk assinados em 2015.