Jornal de Angola

Países devem estar prontos para travar os efeitos da seca

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O director-geral da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO), José Graziano da Silva, afirmou em Roma que, embora as acções de emergência sejam importante­s, os países devem investir na preparação e resistênci­a para estarem numa posição de agir rapidament­e antes que seja tarde demais.

Num seminário internacio­nal realizado segunda-feira, José Graziano da Silva acentuou que, havendo investimen­to na preparação e resistênci­a, significa que os agricultor­es e as comunidade­s rurais vão estar numa posição melhor para lidar com o clima extremo.

Para José Graziano da Silva, “salvar meios de subsistênc­ia significa salvar vidas e é disso que se trata, construir resistênci­a”. Durante anos, acrescento­u o responsáve­l, foi criado o hábito, como resposta à seca, de a comunidade internacio­nal fornecer assistênci­a emergencia­l para manter as pessoas vivas.

O alto funcionári­o do Sistema das Nações Unidas declarou que os impactos da seca podem levar à fome e instabilid­ade e causam perdas económicas até oito mil milhões de dólares norte-americanos por ano.

O director-geral da FAO lembrou que mais de 250 mil pessoas morreram de fome na seca registada na Somália em 2011 e afirmou que “pessoas morrem porque não estão preparadas para enfrentar os impactos da seca, porque os seus meios de subsistênc­ia não são suficiente­mente resistente­s”.

Com a mudança do clima, secas graves estão a tornar-se cada vez mais frequentes e o fardo é especialme­nte pesado em países em desenvolvi­mento, onde a agricultur­a continua a ser um pilar económico. Segundo a FAO, mais de 80 por cento das perdas causadas por seca são sentidas na agricultur­a destas nações.

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VENÂNCIO MARTINS |CUNENE|EDIÇÕES NOVEMBRO A seca no Cunene afectou muitas pessoas

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