Assassinato de luso-angolano já esclarecido pelas autoridades
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) confirmou terça-feira, em Luanda, a conclusão da investigação à volta do assassinato, em Abril último, do cidadão lusoangolano Luís Manuel Mendonça Torres, tendo apurado o envolvimento no crime do motorista da vítima, identificado como Moisés António da Silva, de 59 anos.
Luís Mendonça Torres foi asfixiado até à morte e o seu corpo encontrado em avançado estado de decomposição, num local de difícil acesso no município do Dande, província do Bengo, depois de o seu desaparecimento ter sido participado à Polícia Nacional pela sua empregada doméstica.
As pernas e os braços da vítima estavam algemados e a cabeça vendada com um saco plástico, contou terça-feira à comunicação social o porta-voz do SIC, superintendente Fernando de Carvalho, que confirmou estar a investigação concluída.
Moisés da Silva, que trabalhou como motorista da vítima há mais de 10 anos, arquitectou o plano de assassinar o patrão depois de este lhe informar que iria receber um valor avultado, resultante de uma indemnização de que já estava à espera havia algum tempo.
O assassinato foi executado com a cumplicidade de quatro indivíduos, identificados pelo SIC como André Simões, Fernando Simões, irmãos do motorista, Narciso Luís, militar das Forças Armadas Angolanas, e André Silva, vigilante de uma empresa de segurança privada.
No dia 5 de Abril, por volta das 11 horas, o motorista transportou a vítima até à Centralidade do Kilamba, onde o cidadão luso-angolano se deslocou para resolver um assunto particular.
O motorista, depois de ter abandonado a Centralidade do Kilamba na companhia da vítima, desviou o carro até ao Cemitério de Benfica, alegando que precisava de "fazer necessidades", ao que a vítima anuiu ao seu pedido, sem saber ainda que no local já estavam os comparsas do seu motorista, a bordo de uma viatura da marca Hyundai, munidos de pistolas.
A vítima foi levada à Barra de Dande, onde foi brutalmente executada, depois de ter sido forçada a entregar os cartões multicaixa e os respectivos códigos.
Os arguidos retiraram dinheiro das contas, cujo valor não foi revelado pelo porta-voz do Serviço de Investigação Criminal. A viatura da vítima foi também levada pelos meliantes.