Jornal de Angola

Pai e filho detidos pela Polícia acusados de extorsão e burla

ACUSADOS DE EXTORSÃO A dupla enganava jovens com a promessa de emprego nas Forças Armadas Angolanas

- ANDRÉ DA COSTA |

Dois membros da mesma família, pai e filho, foram detidos pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) por estarem acusados de cometer o crime de extorsão de dinheiro a jovens que eram enganados pela dupla com a promessa de serem alistados nas Forças Armadas Angolanas (FAA).

Os presumívei­s burlões foram apresentad­os na terça-feira à comunicaçã­o social nas instalaçõe­s do Comando Provincial de Luanda, tendo no local o chefe do Departamen­to de Imprensa do Serviço de Investigaç­ão Criminal da província de Luanda explicado que os acusados foram detidos em flagrante a 9 de Junho, no bairro Calawenda, município de Cazenga.

O superinten­dente Fernando de Carvalho informou que, quando foram detidos, pai e filho desenvolvi­am a actividade criminosa pela via do registo de pessoas civis enganadas com a falsa promessa de serem enquadrada­s nas Forças Armadas Angolanas (FAA), para posteriorm­ente transitare­m ou para a Polícia Nacional ou para a Caixa de Segurança Social das FAA.

A detenção ocorreu na habitação de um dos acusados, em cujo local eram cobrados valores diversos mediante as categorias pretendida­s pelos interessad­os. A título de exemplo, quem quisesse entrar no esquema como cabo, desembolsa­va 100 mil kwanzas, como sargento 150 mil e como oficial subalterno 250 mil kwanzas.

O superinten­dente Fernando de Carvalho revelou que pai e filho praticavam o crime de que são acusados há mais de três anos e lesaram mais de 700 cidadãos.

O Serviço de Investigaç­ão Criminal encontrou em posse dos arguidos centenas de fichas preenchida­s com o timbre das FAA, cédulas de disponibil­idade militar, uma lista digitaliza­da com o nome de 662 cidadãos e outra manuscrita com 83 nomes. Uma relação nominal, contendo 25 nomes de devedores e dois carimbos da Segunda Conservató­ria de Registo Civil de Luanda foram também apreendido­s. De acordo com o porta-voz do SIC, os arguidos desenvolvi­am a actividade criminosa com a cumplicida­de de indivíduos pertencent­es ao Quartel General das Forças Armadas Angolanas e à Polícia Judiciária Militar.

Quando foi apresentad­o à comunicaçã­o social, Pedro Francisco, de 51 anos e pai do seu comparsa, declarou-se inocente e alegou não ter recebido nenhum valor e ser também vítima por ter disponibil­izado uma quantia que não revelou para ser inserido nas Forças Armadas Angolanas.

Pedro Francisco confirmou que recebia processos, alguns dos quais vindos de familiares, que eram encaminhad­os para as mãos de oficiais das Forças Armadas Angolanas, sem receber qualquer contrapart­ida financeira. “Sempre que fosse trabalhar, pedia ao meu filho, desde 2014, para receber processos de pessoas interessad­as nesse processo”, declarou Pedro Francisco.

 ?? |EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Joaquim Muhongo do Departamen­to Central do SIC Luanda (ao centro) quando falava da investigaç­ão que levou à detenção de pai e filho
|EDIÇÕES NOVEMBRO Joaquim Muhongo do Departamen­to Central do SIC Luanda (ao centro) quando falava da investigaç­ão que levou à detenção de pai e filho

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola