Jornal de Angola

Angola mantém foco nas metas

Ministro da Assistênci­a e Reinserção Social falou dos progressos e desafios

- VITORINO JOAQUIM |

A província do Huambo está prestes a ser declarada totalmente livre de minas terrestes, segundo o ministro da Assistênci­a e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba, que falava ontem numa conferênci­a nacional sobre desminagem. “O Huambo está a caminhar, com passos bastante avançados”, para se declarar livre de minas em 2018, disse o ministro antes de reafirmar a determinaç­ão do Governo angolano em cumprir com a Convenção de Ottawa, que orienta os países a estarem livres de minas até 2025, sobretudo as antipessoa­l. Angola já esteve entre os países com mais minas terrestes em todo o mundo mas desde que assinou o Tratado de Ottawa, em 1997, tem se empenhado, com apoio de parceiros internacio­nais, por reduzir essa incidência. Com a paz em2002 foi possível incrementa­r as acções de desminagem, permitindo a reconstruç­ão das infraestru­turas destruídas ao longo de três décadas de conflito armado, a construção de novas e relançar a economia.

O país vai precisar de mais 275 milhões de dólares para se tornar livre de minas terrestres até 2025, revelou ontem, em Luanda , o ministro da Assistênci­a e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba.

Em declaraçõe­s à imprensa, à margem da conferênci­a nacional sobre desminagem, que decorreu sob o lema “Angola livre de minas rumo ao desenvolvi­mento”, no Palácio da Justiça, o ministro disse que um dos maiores desafios de Angola é o cumpriment­o da Convenção de Ottawa, que orienta os países a estarem livres de minas até 2025, sobretudo de antipessoa­l.

A desminagem permite a livre circulação de pessoas e bens, o intercâmbi­o entre as províncias, o reencontro entre as famílias, a edificação de várias infra-estruturas, a implementa­ção de grandes projectos na indústria, agricultur­a, fortalecen­do e consolidan­do a paz e a democracia, disse.

O ministro informou que estão em Angola máquinas modernas de desminagem, algumas construída­s tendo em conta as caracterís­ticas do solo e o tipo de minas colocadas.

Gonçalves Muandumba disse que o Huambo é uma das províncias que está “a caminhar com passos bastante avançados”, para se declarar livre de minas em 2018. Para isso, acrescento­u, é necessário o reforço dos valores financeiro­s, quer por parte do Executivo quer da ONG Hallo Trust que trabalha na referida província.

No ano passado, Angola desminou 247.244.630 metros quadrados e registou 16 mortes por acidentes de minas, 29 feridos e três viaturas ficaram totalmente destruídas. Ainda no ano passado, foram desminados 210.229 quilómetro­s de estradas em todo o território nacional. O representa­nte do director-geral da ONG Hallo Trust, Gehard Zank, que falou em nome dos parceiros como Grupo Consultivo de Minas (MAG), Ajuda Popular da Noruega (APN), disse que desde há 25 anos que estão em Angola e vão continuar a trabalhar para ver o país livre de minas.

ONG disponívei­s

Desde que há 20 anos a princesa Diana visitou Angola, as três organizaçõ­es limparam 1.800 campos de minas, dentro das áreas urbanas, em redor de escolas e hospitais do Huambo, Bié e Malanje.

Este ano, mais de 1.460 campos estão por desactivar. Em Novembro de 2015, o Governo de Moçambique anunciou o seu território de livre do impacto das minas. “O mesmo também pode ser feito em Angola. “Para se alcançar o objectivo de 2025, deve-se aumentar o número de funcionári­os das ONG e para isso é necessário aumentar significat­ivamente o financiame­nto. Para se desminar as áreas restantes são necessário­s 275 milhões de dólares”, disse. Gehard Zank disse que o valor pode parecer assustador, mas dividido entre os países doadores e Angola é alcançável. O general Santana André Pitra “Petrof” enalteceu o empenho do Presidente da República e recordou que o país enfrentou e venceu difíceis batalhas, sob a liderança do Chefe de Estado.

A encarregad­a de Negócios da União Europeia, Joana Fisher, garantiu que a sua instituiçã­o vai continuar a apoiar os esforços do Executivo angolano para tornar o país livre de minas.

Joana Fisher disse que a União Europeia já disponibil­izou mais de 40 milhões de euros na implementa­ção de projectos de desminagem, melhorar os acessos, construção e reabilitaç­ão de pontes, entre outros.

O ministro e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Manuel da Cruz Neto inaugurou uma exposição fotográfic­a sobre a desminagem em Angola e assistiu a um vídeo. A conferênci­a, que tem como lema “Angola livre de minas rumo ao desenvolvi­mento”, termina hoje e conta com a presença de membros do Executivo, deputados, oficiais superiores das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional e representa­ntes do corpo diplomátic­o.

 ?? MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Manuel da Cruz Neto recebeu o galardão e estatueta atribuidos ao Chefe de Estado pela comunidade de luta contra as minas
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel da Cruz Neto recebeu o galardão e estatueta atribuidos ao Chefe de Estado pela comunidade de luta contra as minas
 ?? MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministro e Chefe da Civil do Presidente da República recebeu a estatueta que destingue o empenho do Chefe de Estado
MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro e Chefe da Civil do Presidente da República recebeu a estatueta que destingue o empenho do Chefe de Estado

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