Jornal de Angola

1º de Agosto recusa paragem e prepara recepção ao Caála

- HONORATO SILVA |

A decisão da equipa técnica do 1º de Agosto de disputar os jogos do Girabola Zap, apesar de ter dado mais de dois atletas aos Palancas Negras, que vão disputar a Taça Cosafa, na África do Sul, e o apuramento para o CHAN, frente às Ilhas Maurícias, vem esvaziar a tese de que as partidas adiadas dão vantagem “sem precisar entrar em campo.”

Ao pedir para jogar domingo frente ao Recreativo da Caála, mesmo privado dos préstimos de Natael, Dany Massunguna, Chow e Nelson da Luz, todos ao serviço da Selecção Nacional, Dragan Jovic rejeita o “presente envenenado” escondido na hipotética vantagem resultante do facto de competir em função dos resultados dos seus concorrent­es na disputa do título.

O timoneiro dos militares preferiu aproveitar o embalo competitiv­o criado com a vitória gorda na deslocação ao reduto do JGM do Huambo, no arranque da segunda volta, a ficar à mercê da quebra de ritmo decorrente do defeso inopinado, por força da cedência de jogadores à equipa nacional.

A faculdade de adiar os seus jogos é encarada pelo 1º de Agosto como um recurso dispensáve­l, por ter soluções no plantel para continuar a competir sem se desviar do curso das vitórias, cuja meta é a revalidaçã­o do título de campeão nacional.

No primeiro turno do campeonato, os militares do Rio Seco não contaram, durante várias jornadas, com os influentes Antoine Domenique, Isaac, Geraldo, Ibukun, Tony Cabaça, Paizo e Natael, todos por lesão. Apesar das baixas, a equipa de Jovic garantiu a permanênci­a no topo da tabela classifica­tiva.

Deste modo, a vaga de fumo levantada pelos treinadore­s Romeu Filemon e Zeca Amaral, alertando para a violação da “verdade desportiva”, sofre um duro golpe, pois a decisão tomada pelos campeões nacionais vem mostrar que a paragem de quase duas semanas tem mais prejuízos que vantagens. O Petro de Luanda, que além do técnico Roberto Bianchi e do adjunto Flávio Amado, tem nos Palancas Negras Gerson, Mira, Wilson, Carlinhos, Herenilson, Manguxi e Job, pode passar de beneficiad­o para vítima do interregno parcial registado na prova. Actual primeira classifica­da, com mais um ponto em relação ao segundo colocado, a equipa petrolífer­a vai ser obrigada a gerir a carga emocional resultante do facto de jogar com o conhecimen­to dos resultados dos adversário­s, o desgaste por competir em intervalos curtos, duas partidas em quatro dias, sem descurar as lesões.

À guisa de conclusão, vale dizer que os ganhos imediatos da paragem vão ser sentidos pelas equipas que competirem. Quem não tem a quota de jogadores que permite beneficiar da faculdade de adiar as suas partidas, só pode desejar a paragem da prova por falha na planificaç­ão da sua época futebolíst­ica, daí necessitar de tempo para atingir a forma desportiva.

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JOSÉ SOARES|EDIÇÕES NOVEMBRO Técnico prefere manter a equipa a competir

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