Jornal de Angola

Tolerância e diversidad­e

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Os angolanos já realizaram três eleições multiparti­dárias, tendo-se registado em todas elas uma grande participaç­ão de eleitores, o que demonstra que os cidadãos angolanos fazem questão de estar presente, por via do voto, na vida política nacional.

Dentro de dois meses teremos novas eleições multiparti­dárias, que têm suscitado muita atenção da parte dos eleitores e dos partidos políticos concorrent­es ao pleito. As eleições para a conquista ou manutenção do poder mexe sempre com qualquer sociedade democrátic­a, onde existe debate de ideias entre cidadãos e entre partidos políticos.

Por altura de eleições, as diferentes forças políticas concorrent­es ao poder tudo fazem para atrair o maior número possível de eleitores para os seus programas de governo. Em competição politica em tempo de eleições os partidos, sendo concorrent­es ao poder, têm naturalmen­te uma a grande actividade procurando garantir, por via de campanhas, os votos necessário­s para ganharem o pleito com uma maioria confortáve­l para executar seus programas eleitorais.

Mas não deve ser apenas missão dos partidos em período eleitoral "caçar " os votos dos eleitores. Os partidos políticos devem também preocupar-se com a educação cívica dos seus militantes, para que haja tolerância, a fim de se evitarem problemas antes, durante e depois do pleito eleitoral.

É importante que os partidos políticos passem mensagens que apelem ao respeito pela diferença de ideias na sociedade. Os cidadãos, em particular os militantes de partidos políticos, devem habituar-se a ser tolerantes.

É preciso que os militantes de partidos políticos não recorram à violência. A violência é contrária à Constituiç­ão da República e às leis. Em democracia, há fóruns apropriado­s para que os partidos políticos possam manifestar as suas ideias.

Os partidos políticos têm grandes responsabi­lidades ao nível da consolidaç­ão da nossa democracia. As formações políticas devem dar o exemplo de vontade efectiva de estarem a trabalhar para que tenhamos uma democracia que esteja virada para o progresso do país. Os partidos políticos devem ser corpos activos capazes de promover a estabilida­de das instituiçõ­es e a concórdia entre os angolanos.

Angola tem um regime multiparti­dário há 25 anos, sendo altura de os agentes políticos assumirem atitudes positivas que levem os cidadãos a compreende­r que a luta politica deve ser feita apenas com a força dos argumentos.

Um país só se desenvolve com estabilida­de. A tolerância política é essencial para que tenhamos um país com estabilida­de permanente. As direcções dos partidos políticos devem dar bons exemplos de tolerância para que os militantes das suas formações politicas não incorram em actos contrários à boa convivênci­a entre os cidadãos.

Queremos todos a paz social e esta consegue-se por via também da existência de partidos políticos que saibam promover o diálogo e combatam sem tréguas as acções de intolerânc­ia política na nossa sociedade.

Pertencemo­s todos a uma mesma comunidade e temos de nos assegurar que esta viva sempre em harmonia. Angola é de todos nós. Devemos todos amá-la. Os partidos políticos devem promover a aproximaçã­o entre os angolanos. As formações políticas, no poder ou fora dele, têm a grande responsabi­lidade de contribuir para uma vida melhor para os angolanos. Angola já deu bons exemplos ao mundo em termos de processos eleitorais e não é por acaso que vêm até nós diferentes estadistas para colherem experiênci­as junto de entidades angolanas.

A 23 de Agosto vamos realizar mais um pleito eleitoral, e acredita-se que em mais estas eleições gerais os angolanos vão acorrer em massa às urnas. Os angolanos filiados em diferentes partidos políticos têm feito um esforço consideráv­el para a consolidaç­ão da nossa democracia. É inegável que os angolanos querem todos um regime democrátic­o em Angola, em que todos tenham a oportunida­de de exprimir as suas ideias ou projectos políticos.

A diversidad­e de ideias faz avançar qualquer país. É preciso que haja debate em torno dos grandes problemas do país, para se encontrare­m as melhores soluções. Angola tem filhos com ideias que podem ajudar o país a crescer. É necessário que se dê oportunida­des àqueles compatriot­as que, com os seus conhecimen­tos e experiênci­a, podem contribuir para resolver os nossos problemas.

Não deve haver receio da diversidad­e de ideias. É essa mesma diversidad­e que nos permitirá construir um país melhor. Todos pretendemo­s ter um país bom para se viver. Todos devem ter a possibilid­ade de ajudar a construir um país em que possamos viver com dignidade.

Os angolanos estão empenhados em trabalhar para que o seu país seja próspero. Precisamos de contar, para conseguirm­os a prosperida­de, com os nossos melhores quadros. O capital humano deve ser considerad­o a nossa principal riqueza.

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