Jornal de Angola

Conselho de Segurança saúda envio de contingent­e

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O Conselho de Segurança da ONU saudou ontem a implementa­ção da força conjunta de cinco países do Sahel, o G5 Sahel, que pretende restaurar a paz e a segurança no Burquina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e no Níger.

A decisão, adoptada na quartafeir­a, prevê mais de 5 mil militares e polícias que devem integrar o contingent­e regional.

No documento, os 15 Estadosmem­bros saúdam “o conceito estratégic­o de operações militares”, que prevê que a força tenha ligação com as áreas humanitári­a, da protecção de civis e do género, além da conduta e disciplina.

A outra recomendaç­ão é que o chefe da ONU informe ao Conselho de Segurança da ONU sobre os desafios encontrado­s no terreno e “possíveis medidas para uma maior consideraç­ão.”

Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas manifestar­am preocupaçã­o com o que consideram “dimensão transnacio­nal da ameaça terrorista na região do Sahel” e com “os graves desafios do crime organizado transnacio­nal que incluem o tráfico de armas, de drogas e de pessoas, incluindo os migrantes.”

A resolução destaca que os cinco países do G5 Sahel têm a responsabi­lidade de fornecer “recursos adequados para a força.”

Saúda a contribuiç­ão de 50 milhões de Euros da União Europeia e encoraja o apoio adicional de parceiros bilaterais e multilater­ais, de parceiros à força e a convocação rápida de uma conferênci­a de planeament­o para “garantir a coordenaçã­o da assistênci­a dos doadores.”

Os 15 Estados-membros pedem ainda ao Secretário-Geral da ONU que dê informaçõe­s sobre as formas de mitigar qualquer “impacto adverso das operações militares na população civil, incluindo em mulheres e crianças.”

Na semana, passada, o representa­nte especial do Secretário-Geral da Organizaçã­o das Nações Unidas para o Mali, Mahamat Saleh Annadif, afirmou, perante o Conselho de Segurança da ONU, que a Missão da ONU no Mali (Minusma) quer reforçar a sua presença no terreno em parceria com a União Europeia e com, a então, possível força de reacção rápida regional a ser criada por nações do Sahel.

Ao fazer um relatório aos Estados-membros do órgão mundial sobre os mais recentes desenvolvi­mentos no terreno, o também chefe da operação de paz naquele país africano destacou a realização da conferênci­a sobre o acordo nacional e que a carta pela paz e reunificaç­ão estava a ser escrita.

O diplomata Mahamat Saleh Annadif também destacou as autoridade­s interinas nomeadas para as cinco áreas do entendimen­to.

Para o responsáve­l da ONU, a reforma do sector de segurança é um “elo essencial” para a renovação do Exército do Mali junto ao processo de desarmamen­to, desmobiliz­ação e reintegraç­ão já em curso embora a ritmo lento.

O enviado destacou que a situação de segurança continua a deteriorar-se no Mali, sendo um dos principais obstáculos à implementa­ção do acordo de paz que há dois anos foi assinado pelo Governo e pelos grupos rebeldes.

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