Itália faz doação para refugiados
Angola na voz do ministro da Assistência e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba, reitera a necessidade de diálogo para a busca de soluções duradouras para o conflito que se regista actualmente na República Democrática do Congo
O Governo da Itália vai doar 300 mil euros ao Executivo angolano para prestar assistência humanitária aos refugiados da região de Kassai Central, República Democrática do Congo (RDC), que se encontram na província da Lunda Norte.
O anúncio foi feito ontem pelo embaixador da Itália em Angola, Cláudio Miscia, durante o encontro entre o Ministério da Assistência e Reinserção Social (MINARS) e o corpo diplomático, nas instalações do Ministério das Relações Exteriores.
O encontro, que contou com a presença da Secretaria de Estado para a Cooperação, Ângela Bragança, visou reforçar o apelo feito pelas agências especializadas das Nações Unidas à comunidade internacional no dia 12 de Junho em Genebra, para apoiar os refugiados congoleses no território nacional.
As agências das Nações Unidas solicitaram à comunidade internacional contribuições no valor de 65.507.610 dólares para minimizar a situação humanitária dos refugidos congoleses.
O governo angolano prevê que seja necessário mobilizar para os próximos seis meses mais de 15.420.792.550,00 kwanzas (quinze mil milhões, quatrocentos e vinte milhões, setecentos e noventa e dois mil, quinhentos e cinquenta kwanzas) para continuar a prestar assistência às populações do país vizinho, com apoio dos parceiros internacionais, de acordo com o ministro da Assistência e Reinserção Social, Gonçalves Muandumba.
Mas, alertou o ministro, “se o conflito e as entradas de refugiados no território nacional continuarem ao ritmo de 500 refugiados diários, isso elevará certamente as necessidades logísticas e de apoio humanitário”.
Gonçalves Muandumba defende que deve continuar a ser privilegiada a busca de soluções duradouras para o conflito na RDC, por via diplomática e do diálogo, com vista à reintegração dos congoleses no seu país, apesar da expansão da crise para províncias do Kassai Ocidental, Kassai Oriental e de Loman, que já provocou 1, 27 milhão de deslocados internos.
Em Angola, particularmente na província da Lunda Norte, estão 31.320 refugiados congoleses, dos quais 9.296 homens, 8.716 mulheres e 13.308 crianças. Muitos destes cidadãos, segundo o ministro da Assistência e Reinserção Social, têm malária, diarreias, infecções respiratórias agudas e estão malnutridos. Outros têm ferimentos, queimaduras graves e são atendidos nos hospitais locais.
Gonçalves Muandumba referiu que desde o início da entrada destes refugiados no território nacional, em Março, o governo angolano mantém as suas fronteiras abertas no sentido de garantir a segurança, protecção e assistência social, e já disponibilizou até ao momento 1.647.036.998,00 kwanzas (mil seiscentos e quarenta e sete milhões, trinta e seis mil novecentos e noventa e oito kwanzas).
Com este dinheiro, explicou Gonçalves Muandumba, foi possível garantir a protecção e o transporte dos refugiados desde os pontos de entrada até aos centros de acolhimento, disponibilizar 113,5 toneladas de bens alimentares e não alimentares, dez toneladas de medicamentos, material gastável, suplementos nutricionais, material de laboratório, testes rápidos para malária, mosquiteiros impregnados com insecticida e vacinas, bem como a instalação de clínicas ambulatórias para a prestação de cuidados de saúde.
O governo angolano também realizou treinos para técnicos locais sobre os métodos de localização e reunificação familiar, fez o resgate de refugiados em situação de extrema vulnerabilidade nas zonas de difícil acesso, deu resposta aos actos de violência e registou todas as crianças separadas dos familiares. Para a criação de um campo de reassentamento de refugiados, concedeu às Nações Unidas um
“Os requisitos financeiros totais de cerca de 65 milhões de dólares neste apelo interagências para os refugiados, apresentado ontem, são para 13 parceiros, agências das Nações Unidas e organizações não governamentais, para que possam responder conjuntamente às necessidades humanitárias urgentes dos refugiados congoleses”, disse, salientando que as necessidades “são, de facto, muitas e urgentes”.
terreno no município do Lóvua, e permitiu a isenção de impostos para as mercadorias e de royalites para a aterragem e utilização do espaço aéreo nacional por aeronaves com ajuda humanitária.
A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Pierre Aylara, assegurou que as agências da organização mundial e as organizações não-governamentais vão continuar a trabalhar em parceria para garantir uma resposta urgente e eficiente às necessidades dos refugiados, em estreita coordenação com o governo angolano e com as autoridades locais.
"Os requisitos financeiros totais de cerca de 65 milhões de dólares neste apelo interagências para os refugiados, apresentado ontem, são para 13 parceiros, agências das Nações Unidas e organizações não governamentais, para que possam responder conjuntamente às necessidades humanitárias urgentes dos refugiados congoleses", disse, salientando que as necessidades “são, de facto, muitas e urgentes”.
Para Pierre Aylara, Angola demonstra uma grande solidariedade, generosidade excepcional e uma forte hospitalidade, ao oferecer protecção e segurança aos refugiados congoleses.
O representante do Sistema das Nações Unidas, Paolo Baladeli, também felicitou o governo angolano pelo acolhimento dos refugiados e criação de condições para a sua estadia com dignidade.
Por sua vez, o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Nicholas Wasunna, descreveu o apoio dado até aqui às mais de 13 mil crianças refugiadas, 99 das quais sem pais ou familiares, e das quais 12 já foram reunidas às suas famílias.
Segundo Nicholas Wasunna, o apoio prestado foi possível “graças à parceria efectiva e a disponibilidade de financiamento. No entanto, é necessário fazer mais e prestar mais apoio para se alcançar mais progressos em prol das crian-