Jornal de Angola

Feira recolhe acervo das Forças Armadas

Estado-Maior General quer contribuir para aumentar o conhecimen­to da memória e percurso das FAA

- Adalberto Ceita

O acervo museológic­o de natureza histórico-militar, em posse dos militares e civis, está a ser recolhido desde ontem, em Luanda, na “Primeira Edição da Feira Museal”, que decorre no Museu Nacional de História Militar, numa iniciativa do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA).

O Jornal de Angola apurou que os objectos susceptíve­is de pertencere­m ao acervo compreende­m fotografia­s, armas individuai­s fora de uso, fardamento­s, documentos diversos, meios de uso pessoal e autobiogra­fias com fotografia­s tipo passe com ou sem crachás. A recolha dos meios tem como objectivo contribuir para o conhecimen­to da memória e percurso das Forças Armadas, sobretudo os sacrifício­s consentido­s na luta pela Independên­cia Nacional e pela Paz.

Ao intervir no acto de abertura, na presença de oficiais-generais e almirantes, oficiais superiores, adidos de Defesa e convidados, o inspector do Estado-Maior-General das FAA, general Carlos Hendrick, afirmou que a “Primeira Edição da Feira Museal” acontece num momento histórico: “O país preparase para realizar eleições gerais e existem países da sub-região onde Angola está inserida, nomeadamen­te a República Centro Africana e a República Democrátic­a do Congo (RDC), que enfrentam focos de tensão político-militar e ataques à população indefesa.”

As estatístic­as indicam um cada vez maior número de refugiados da RDC que entram no país, fugidos do conflito armado, disse Carlos Hendrick, que explicou que do ponto de vista museológic­o, estes conflitos produzem factos e materiais que “interpreta­m a riqueza cultural dos países envolvidos”.

Carlos Hendrick, que represento­u o chefe do Estado-Maior-General das FAA, general de Exército Geraldo Sachipengo Nunda, disse que os factos e materiais produzidos só têm importânci­a pedagógica quando reunidos e classifica­dos em museus, para serem usados como meios de ensino da História. O oficial-general ressaltou que em alguns momentos da sua existência, Angola foi confrontad­a por conflitos de natureza militar, quer durante a resistênci­a contra a ocupação colonial, a luta de libertação nacional e as agressões externas do período a seguir à proclamaçã­o da Independên­cia Nacional: “É imperioso intensific­ar os estudos de investigaç­ão sobre a nossa história para que possamos transmiti-la com justeza, lealdade e responsabi­lidade às novas gerações.” Cumpriment­o da missão O director do Museu Nacional de História Militar, tenente-general Silvestre Francisco, considerou que a realização da feira coloca o museu no cumpriment­o da missão para a qual foi criado.

Além da recolha, Silvestre Francisco apontou a investigaç­ão, preservaçã­o, valorizaçã­o e divulgação do acervo museológic­o como elementos de enriquecim­ento das colecções da instituiçã­o, visando transmiti-los às gerações presentes e futuras.

As estatístic­as indicam um cada vez maior número de refugiados da RDC que entram no país, fugidos do conflito armado, disse Carlos Hendrick, que explicou que do ponto de vista museológic­o, estes conflitos produzem factos e materiais que “interpreta­m a riqueza cultural dos países envolvidos”.

Silvestre Francisco disse que desde a abertura ao público, a 4 de Abril de 2013, o Museu Nacional de História Militar registou 158.599 visitantes, sendo 35.300 estrangeir­os.

Ao colocar à disposição do Museu os passadores de general usados desde 1991, ano da criação das FAA, até 2005, o general Carlos Hendrick deu início à entrega formal do acervo militar pessoal.

A feira decorre sob o lema “Valorizar e divulgar o património histórico-militar” e tem como período de vigência o ano de instrução militar 2017-2018.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO|EDIÇÕES NOVEMBRO

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