MOAGEM
Para a Companhia de Bioenergia de Angola atingir a meta prevista na safra, devem ser processadas na unidade agro-industrial de Cacuso um total de 601 mil toneladas de cana-de-açúcar
Projecto Biocom dá início hoje à produção de açúcar
Actualmente, 93 por cento da força de trabalho da Biocom é composta por nacionais, que evoluem a cada ano por força de um programa interno de substituição dos expatriados
Um total de 62.947 toneladas de açúcar deve ser produzido em Cacuso, na província de Malanje, pela Companhia de Bioenergia de Angola Lda (Biocom), com o início, hoje, da moagem da cana relativa à campanha 2017/2018, anunciou a companhia à imprensa.
O volume é 15 por cento superior ao resultado alcançado no ano passado, que alcançou uma produção de 52 mil toneladas de açúcar.
A direcção da Biocom garantiu, terça-feira, que para atingir a meta de produção prevista, vão ser processadas, este ano, na unidade agro-industrial da empresa, em Cacuso, 601 mil toneladas de cana-deaçúcar, colhidas numa área de 12.600 hectares. No ano passado tinham sido moídas 510 mil toneladas de cana, colhidas uma área de 9.272 hectares.
Na presente campanha, a Biocom deve produzir, além do açúcar, 15.278 metros cúbicos de etanol, contra os 14.263 metros cúbicos de 2016, e 200 mil megawatts de energia eléctrica, superando a anterior produção de energia, na ordem de 57 mil megawatts.
O director-geral-adjunto da Biocom, Luís Bagorro Júnior, disse que o motivo do aumento nos volumes de produção está relacionado com a contínua expansão do plantio e dos ganhos na produtividade, que são obtidos a cada ano, tanto na área agrícola como na indústria.
“Os números podiam ser ainda maiores, se não fosse a seca que tivemos este ano, pois choveu 25 por cento a menos do que a média histórica. Para reduzir esse efeito, prevemos multiplicar variedades de cana mais adaptadas ao clima da região e que também proporcionem uma alta concentração de açúcar”, referiu Luís Bagorro Júnior.
“Os investimentos em novos equipamentos, em tecnologia de ponta e na formação de pessoas é o segredo do sucesso da Biocom”, afirmou Luís Bagorro Júnior, que assegurou que a empresa caminha para atingir as metas de produção fixadas para a fase de maturidade do projecto, na safra 2021-2022, altura em que começam a ser produzidas 256 mil toneladas de açúcar, 33 mil metros cúbicos de etanol anidro e 235 mil megawatts de energia eléctrica.
De acordo com as previsões do plano de negócios da agro-indústria, a partir da maturidade do primeiro estágio do projecto a produção anual de açúcar vai ser de 256 mil toneladas, o que equivale a cerca de 60 por cento de todo o consumo do produto no país.
Um outro aspecto destacado pelo director-adjunto da Biocom é a evolução no número de trabalhadores angolanos a ocupar cargos técnicos e de liderança na empresa. “Como a Biocom é um projecto agro-industrial inédito em Angola, foi preciso trazer técnicos de países que dominam a tecnologia da produção sucroalcooleira. Os expatriados vêm com a missão de transferir conhecimentos para os trabalhadores nacionais.” Actualmente, 93 por cento dos trabalhadores da empresa são angolanos.
Até à data, a Biocom representa o maior investimento privado de Angola, fora do sector petrolífero, e um importante activo de desenvolvimento nacional. Para o arranque do projecto foram investidos 750 milhões VALTER VUNGE | EDIÇÕES NOVEMBRO de dólares pelos três grupos associados, a Cochan (com 40 por cento), a Odebrecht Angola (com 40 por cento) e a Sonangol Holdings (com 20 por cento).
O director considera que a Biocom deve ser avaliada como um exemplo positivo no processo de diversificação da economia, que prossegue com muita vitalidade. “Vivemos um momento de confiança, pelo sucesso de investimentos privados que estão a fazer o país crescer em todas as províncias, e sentimos orgulho por fazer parte desse desenvolvimento, com a produção e comercialização do açúcar Kapanda, além do etanol e da electricidade”, disse.