Cambambe produz com força máxima
O aumento da produção de energia eléctrica na central de Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe vai beneficiar oito milhões de habitantes nas províncias de Luanda, Uíge, Zaire e Malanje.
O fornecimento de electricidade está a aumentar. O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, inaugurou ontem, em representação do Chefe de Estado, a segunda central do Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe (AHC), no Cuanza-Norte, que ampliou a produção de energia de 180 para 960 megawatts. O aumento da produção vai beneficiar oito milhões de pessoas.
Durante a inauguração, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, disse que Cambambe vai igualmente fornecer energia às províncias do Uíge, Zaire, Malange e Luanda. A nova central consumiu cerca de dois mil milhões de dólares e oito anos de trabalho.
Segundo João Baptista Borges, a central terá uma produção média de energia de cinco milhões de megawatts por hora por ano, representando uma geração de riqueza anual de 500 milhões de dólares, considerando a tarifa a 10 cêntimos por quilowatt/hora.
A complementar esta grande obra de engenharia, foi construída uma moderna subestação, de onde partem as linhas de muito alta tensão que escoam já a produção energética para Luanda e todas as províncias do sistema norte. POLÍTICA 2
Ampliação e modernização da barragem de Cambambe vai criar condições específicas para o bem-estar da população através da disponibilização de água, energia e terras férteis
Geração de energia limpa e renovável para oito milhões de pessoas e criação de 10.000 postos de trabalhos directos são os primeiros benefícios da Central II do Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe inaugurada ontem pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente.
Orçados em dois mil milhões de dólares, suportados pelo Estado, os trabalhos de ampliação e modernização do Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe vão criar condições específicas para o bem-estar da população através da disponibilização de água, energia e terras férteis, permitindo a implantação de um pólo de desenvolvimento regional.
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, frisou que, com o fim da guerra e um esforço financeiro significativo, o Executivo ergueu um conjunto de infraestruturas de distribuição de energia que estavam destruídas ou condicionadas, que permitiram a edificação das barragens do Lomaum, Mabubas, Gove e Cambambe e dos seus sistemas de transporte.
Segundo o ministro, o plano de segurança energética activado em 2011 permitiu traçar a meta de duplicação da taxa de acesso à electricidade, facto que vai permitir que 14 milhões de angolanos tenham acesso ao consumo de energia até 2025. As metas para o quinquénio traçadas no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) apontam, por outro lado, para uma geração de energia de cinco milhões de megawatts.
João Baptista Borges disse que a segunda central de Cambambe possui uma capacidade de 700 megawatts de potência total, distribuídas por quatro grupos geradores com 170 megawatts de potência e um alteamento de 30 metros.
A barragem tem um descarregador de cheias, localizado na margem esquerda do rio Kwanza, para além de uma grande subestação com pátios de 400, 220 e 60 kilovolts, de modo a permitir que a energia gerada em Cambambe chegue aos principais centros de consumo, tanto os de carácter regional como os locais.
De acordo com o ministro, a casa de máquinas da Central II, onde estão localizados os quatro grupos geradores, é uma grande estrutura a céu aberto em betão armado, com 65 metros de altura, equivalente a um prédio de 22 andares, 42 metros de largura e 130 metros de comprimento. Para a sua construção, salientou o ministro, foram escavados 1,5 milhões de metros cúbicos de rochas, utilizados 150 mil metros cúbicos de betão e seis mil toneladas de aço.
O empreendimento, disse João Baptista Borges, possui uma subestação concebida para permitir a máxima integração dos centros de produção de Capanda, das Centrais I e II de Cambambe e futuramente com Laúca e Caculo Cabaça, escoando a energia produzida através do sistema interconectado Norte.
A abertura da Central II de Cambambe, explicou, vai permitir a Angola ter uma produção média de cinco milhas de megawatts por hora, gerando uma riqueza de 500 milhões de dólares por ano, tendo em conta a tarifa de 10 cêntimos por kilowatts por hora, facto que vai permitir o retorno do investimento em quatro anos.
João Baptista Borges adiantou que, com a disponibilidade dos reservatórios de Capanda e Laúca, a Central II de Cambambe terá uma vazão média fluente de 600 metros cúbicos por segundo. Durante os oito anos de obra passaram por Cambambe 100 trabalhadores, 93 por cento dos quais angolanos, que puderam dar o seu contributo a esta grande obra de engenharia. O programa de qualificação profissional, implantado pela Odebrecht em Cambambe, formou 950 pessoas, entre moradores da região e integrantes da empresa, com aulas teóricas, simuladores de equipamentos e prática.
Programas de desenvolvimento social
O ministro da Energia e Águas realçou que, a par da vertente económica, o projecto tem a sua vertente social ligada à saúde, educação e fortalecimento da cultura, denominado “Xaleno Kiambote” (traduzido para o português, significa “fiquem bem”), que contribuiu para o desenvolvimento sustentável e o bemestar das comunidades, fomentando a autonomia social e proporcionando melhorias contínuas durante a construção da Central Hidroeléctrica de Cambambe.
Em Abril de 2016 o Governo procedeu ao reassentamento oficial das famílias que residiam nas margens do rio Kwanza, com a entrega das novas moradias previstas no programa.
Tendo em atenção o desenvolvimento do “Corredor do Kwanza”, João Baptista Borges precisou que foi
realizada uma parceria público-privada entre o Ministério da Cultura, o Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza, a Empresa Pública de Produção de Electricidade (Prodel) e a Odebrecht que permitiu a realização do Programa de Preservação e Revalorização do Património Histórico, Arqueológico e Cultural de Cambambe, com as obras inauguradas pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, a 18 de Abril de 2016.
A Barragem de Cambambe foi inaugurada em 1963, e ao longo das últimas quatro décadas teve um papel preponderante no abastecimento de energia a Angola, por ter sido a principal fonte geradora de energia hidroeléctrica disponível. A principal característica desta barragem é a sua estrutura em arco, com um descarregador de cheias de lâmina livre, localizado no troço central.
Populações de Cambambe com mais energia
Um total de 10.500 habitantes das localidades do Dondo, Cassualala, Zenza do Itombe e Massangano passaram a consumir, pela primeira vez na sua história, energia eléctrica, devido à entrada em funcionamento ontem da segunda fase da Barragem de Cambambe, no âmbito do programa do Executivo de redução e mitigação do défice de energia no país.
A par da vertente económica, o projecto tem a sua vertente social ligada à saúde, educação e fortalecimento da cultura, denominado “Xaleno Kiambote”
O fornecimento de electricidade está a ser regulado por duas subestações eléctricas, situadas na cidade do Dondo e de Cassualala, com capacidade de 40 e 10 megawatts cada uma, e uma linha de transporte com 40 quilómetros, ambas as estruturas inauguradas quarta-feira pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.
Com a inauguração destes empreendimentos, o Governo pretende alavancar o sector produtivo das local, garantir uma melhor administração das aulas, assistência médica e segurança pública das populações durante o período nocturno, além de permitir a criação de novos investimentos empresariais a nível do pólo de desenvolvimento de Massangano, proporcionando mais postos de trabalhos em diversos sectores.
João Baptista Borges disse que o crescimento da capacidade de oferta de energia eléctrica é um imperativo que concorre para a melhoria da prestação do serviço público, e sublinhou que a materialização do novo projecto de electrificação do município de Cambambe resulta da abertura da Central II deCambambe.