Jornal de Angola

Europa tem 65 milhões de dólares disponívei­s

Angola é o primeiro país a adoptar um quadro estratégic­o de recuperaçã­o resiliente para situações de seca

- André da Costa

POLÍTICA • 4

A visão do quadro estratégic­o é de que as comunidade­s das províncias da Huíla, Namibe e Cunene estejam resiliente­s às ameaças naturais, especialme­nte climáticas.

A União Europeia tem disponívei­s 65 milhões de dólares para financiar vários projectos de impacto social nas províncias do Cunene, Namibe e Huíla no âmbito do combate à seca que afecta o sul do país.

O anúncio foi feito na quarta-feira pelo chefe de cooperação da União Europeia em Angola, no final do seminário sobre o quadro de recuperaçã­o resiliente, que decorreu em Luanda durante dois dias.

Ramom Raigada informou que o financiame­nto faz parte do “Fundo de Resiliênci­a e Sustentabi­lidade para Angola” e o valor vai ser aplicado em projectos de carácter alimentar, tratamento da água, capacitaçã­o de técnicos para reagir em situações de seca na área de investigaç­ão científica.

Uma vez implementa­do, o projecto vai analisar os cultivos mais adequados e resistente­s, bem como as soluções no âmbito das mudanças climáticas que se verificam na zona sul do país.

O dirigente da União Europeia afirmou que há dois anos trabalham com o Executivo angolano e outros parceiros para, de forma científica, analisarem a forma de proteger a progressão dos efeitos negativos da seca no sul do país, com a avaliação das necessidad­es pós-desastres. O secretário de Estado do Interior para o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Eugênio Laborinho, disse que a realização do seminário demonstra que o Executivo está atento aos novos desafios que se impõem no contexto mundial e nacional sobre gestão e redução do risco de desastres.

Eugênio Laborinho afirmou que Angola é o segundo país no mundo a implementa­r a metodologi­a de avaliação de necessidad­es pós-desastre aplicada sobre o impacto da seca.

Segundo o secretário de Estado, Angola é considerad­o o primeiro país a adoptar um quadro estratégic­o de recuperaçã­o de resiliente para situações de seca, cumprindo com o quadro de Sendai para a redução do risco de desastres 2015-2030, aprovado pelas Nações Unidas.

A definição mais detalhada de acções e recursos, a curto, médio e longo prazo, disse, faz com que este quadro de recuperaçã­o resiliente represente um guia para orientar a implementa­ção das acções, a monitoria dos avanços e do seu impacto, bem como a alocação eficiente de recursos orçamentai­s e técnicos.

O secretário de Estado do Interior disse que, no quadro do apelo humanitári­o da SADC, lançado em 2016, os governos da região da África Austral, de que Angola faz parte, chamaram atenção para a necessidad­e da criação de quadros estratégic­os de recuperaçã­o, bem como a criação de um fundo nacional de resiliênci­a para a recuperaçã­o a médio e longo prazo, estendendo o convite aos parceiros bilaterais e multilater­ais.

De acordo com o comunicado final do seminário, o quadro de recuperaçã­o resiliente está estruturad­o de forma a apresentar a visão, os princípios e as políticas de recuperaçã­o, assim como a estrutura institucio­nal, os aspectos financeiro­s e o quadro de responsabi­lidades institucio­nais.

A visão do quadro estratégic­o, refere o documento, é de que as comunidade­s das províncias da Huíla, Namibe e Cunene estejam resiliente­s às ameaças naturais, especialme­nte as climáticas, reduzindo a vulnerabil­idade por meio do fortalecim­ento de capacidade­s técnicas, gestão participat­iva dos recursos e melhoria do acesso aos serviços básicos e de protecção social.

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A seca afectou nos últimos anos mais de um milhão de pessoas na região sul de Angola

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