Hong Kong recebe Jinping
Região Administrativa Especial festeja o 20.º aniversário da devolução do território à China pela antiga potência colonizadora do Reino Unido
O Presidente da China, Xi Jinping, prometeu ontem continuar a trabalhar para que a fórmula “um país, dois sistemas”, que permite a Hong Kong desfrutar de liberdades e direitos que não se estendem por outras partes da China, se mantenha “estável e por um longo tempo”.
“O Governo central vai apoiar, como sempre, o desenvolvimento de Hong Kong e a melhoria da vida da população”, afirmou Jinping em declaração à imprensa à chegada ao aeroporto de Hong Kong para uma visita por ocasião das festividades do 20.º aniversário da devolução do território à China pelo Reino Unido, que se celebra amanhã. O Chefe do Estado chinês afirmou estar “muito feliz” por visitar pela primeira vez a cidade desde que assumiu a presidência em 2013 e disse esperar gerar, durante a estada de três dias, “mais confiança no desenvolvimento e na construção de Hong Kong”, onde se deslocou pela última vez há nove anos, pouco antes de Pequim acolher os Jogos Olímpicos de 2008.
Xi Jinping pediu que sejam revistas as experiências dos últimos 20 anos e que as pessoas “olhem para o futuro para garantir que a fórmula ‘um país, dois sistemas’ funcione de maneira estável e por um longo tempo”.
Hong Kong recebe o líder chinês engalanada de vermelho, com numerosas bandeiras chinesas por toda a cidade, e entre fortes medidas de segurança, sobretudo nos arredores do hotel onde a delegação presidencial está hospedada e nas proximidades do centro de convenções onde vão ser celebrados os eventos oficiais do aniversário.
Nessa área da cidade, o distrito de Wanchai, milhares de polícias garantem a segurança de grupos de cidadãos pró-China que realizam actos com cantos e danças para celebrar o aniversário do regresso de Hong Kong ao país asiático após 150 anos de ocupação inglesa.
O Presidente chinês realiza a visita num momento conturbado devido ao surgimento de novos grupos pró-democracia e até independentistas que acusam as autoridades de Pequim de incumprimento dos acordos que estabeleceram a transferência de poderes da soberania da região entre a República Popular da China e o Reino Unido. As autori- dades de Pequim são acusadas de realizar prisões extrajudiciais de activistas e de provocar a deterioração da situação económica da região.
Hong Kong foi integrada na República Popular da China em 1997, ao abrigo da fórmula idealizada pelo antigo líder chinês Deng Xiaoping para a reunificação do país, a qual permite a continuação por mais 50 anos do “modo de vida” do território, nomeadamente as liberdades de expressão, imprensa e de associação.