Segurança cibernética para prevenir o crime
Especialistas debateram durante o dia de ontem as formas de evitar fraudes e pediram reforço da segurança dos sistemas
O ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação defendeu ontem em Luanda o reforço da segurança nos sistemas informáticos, devido à ocorrência de vários crimes no espaço cibernético.
José Carvalho da Rocha falava na sessão de abertura de uma conferência sobre “Fraude e Ciber Segurança”, promovida pela operadora de telefonia móvel Unitel e ressaltou a importância das novas tecnologias de informação no dia a dia das pessoas. “Os Estados colocam as novas tecnologias de informação no centro da agenda de desenvolvimento socioeconómico das populações.”
Apesar das vantagens que as novas tecnologias de informação e comunicação oferecem, José Carvalho da Rocha sublinhou que é necessário ter em conta os riscos que trazem a nível nacional, regional e internacional: “Por esta razão, reforçar a segurança cibernética e proteger as infraestruturas críticas são tarefas que devem merecer as nossas preocupações.”
José Carvalho da Rocha disse que o Executivo aposta numa sociedade de inovação tecnológica e criou as condições para assegurar que o ciberespaço nacional possa estar cada vez mais seguro. O ministro destacou a aprovação da Lei de Protecção de dados, das comunicações electrónicas e a Lei da protecção das redes e sistemas informáticos.
Com a criação da base legal, disse José Carvalho da Rocha, o Executivo criou as condições necessárias para que os operadores de serviços de comunicações electrónicas no domínio do ciberespaço nacional possam exercer as suas actividades com segurança.
A aprovação das leis, referiu, permite que o Estado crieo centro de resposta aos incidentes informáticos.
José Carvalho da Rocha apelou aos operadores do espaço cibernético para contribuírem na educação dos utilizadores das tecnologias de informação e comunicação para que estes meios tecnológicos sejam usados de forma eficiente e segura.
Os temas relacionados com a fraude electrónica, a segurança de informação, a privacidade e o cibercrime, disse José Carvalho da Rocha, surgem num momento importante para os usuários, numa altura em que se regista um aumento de crimes cibernéticos à escala mundial.
O ministro defendeu a partilha de informação entre os actores para que se possa enfrentar os desafios de forma conjunta: “Espero que com esta conferência possamos contribuir para que o nosso mercado possa tornar-se cada vez mais seguro”, salientou.
A Assembleia Nacional aprovou em Dezembro do ano passado a Lei para punir os crimes cometidos com recurso aos sistemas electrónicos e às novas tecnologias de informação e comunicação. O documento pretende responder de forma eficaz aos novos desafios da sociedade de informação, tendo em conta o aumento da designada “cibersegurança” com todos os riscos a ela associados, incluindo em matéria de criminalidade organizada e terrorismo.
O Executivo pretende proteger o ciberespaço com mecanismos aplicáveis para uma melhor gestão e utilização global da Internet e dos serviços da sociedade da informação.
O administrador da Unitel Amílcar Safeca disse que a iniciativa serviu para os diferentes actores no sector das telecomunicações partilharem experiências na protecção de dados e na prevenção, monitorização e controlo da informação.
A conferência teve a participação da ministra da Ciência e Tecnologia, Cândida Teixeira, dos representantes da Movicel, ZAP, DSTV, TV Cabo, Angola Telecom, Ms Telecom, Startel, ITA, Itelenet, Net one, Tesolnet, Multitel, Angola Cables e DNS Angola e como prelectores as empresas IBM, KPMG, Dta Group e WeDo Technologies.
A segurança no ciberespaço é também uma orientação da União Africana que elaborou convenções para os Estados membros combaterem da melhor forma os crimes informáticos